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Julgamento do Khmer Vermelho está próximo, mas ainda não há data

Cerca de dois milhões de pessoas morreram durante o regime do Khmer Vermelho, que durou de 1975 até o início de 1979

Por Agencia Estado
Atualização:

O julgamento dos ex-líderes do Khmer Vermelho por crimes contra a humanidade está cada vez mais próximo, mas ainda não há uma data para o início, disse nesta quarta-feira o responsável da organização pela parte cambojana. "Neste momento, os promotores estão quase terminando suas investigações. Em setembro deste ano, os juízes começarão a desempenhar suas funções", disse Sean Visoth, o cambojano responsável por organizar o tribunal internacional. Em um seminário sobre o regime brutal do Khmer Vermelho realizado em Phnom Penh, Visoth disse que o processo não pode durar mais do que três anos, tanto por razões orçamentárias como pela avançada idade dos khmeres vermelhos. A ONU e o Camboja definiram um orçamento de US$ 56,3 milhões para esse julgamento, do qual participarão juízes e promotores estrangeiros e cambojanos. "O trabalho do tribunal é confidencial, por isso não podemos divulgar essa informação", disse à Efe por telefone Reach Sambat, das Câmaras Extraordinárias dos Tribunais do Camboja, ao ser perguntado sobre quando haverá a primeira acusação formal. As previsões mais moderadas indicam que as audiências poderiam começar no início do próximo ano. Cerca de dois milhões de pessoas morreram durante o regime do Khmer Vermelho, que durou de 1975 até o início de 1979. O líder histórico desta organização de orientação maoísta, Pol Pot, morreu em 1998, e o último chefe militar dos khmeres vermelhos, o general Ta Mok - chamado de "O açougueiro" -, morreu no mês passado em um hospital militar, após passar sete anos preso. O final de Pol Pot marcou a desintegração do Khmer Vermelho através de lutas internas e de rendições às autoridades cambojanas em troca de uma anistia. Atualmente, apenas um khmer vermelho continua preso, Kang Khek Iev, que durante o regime de terror dirigiu o centro de detenções Tuol Sleng, em Phnom Penh, onde de 14.000 a 16.000 pessoas morreram.

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