24 de julho de 2009 | 08h32
O julgamento contra a líder opositora birmanesa e Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, foi retomado nesta sexta-feira, 24, na prisão de segurança máxima de Insein em Yangun com a apresentação dos argumentos finais pela procuradoria e pela defesa.
Os advogados de defesa finalmente receberam permissão para visitar sua cliente nesta quinta-feira, um dia depois de a visita ter sido proibida. Segundo Nyan Win, um dos magistrados, eles e Suu Kyi conversaram por mais de duas horas para definir a alegação de inocência.
Está previsto que Suu Kyi compareça diante do júri e, depois, o tribunal vai fixar uma data para a sentença, que provavelmente será ditada no mês que vem, segundo a defesa.
A líder opositora, que passou 14 dos últimos 20 anos presa, é acusada de violar as condições da prisão domiciliar que cumpria desde 2003 por permitir que um cidadão americano pernoitasse durante duas noites em sua casa.
Caso seja considerada culpada, a líder opositora pode ser condenada a até cinco anos de prisão, o que a impediria de participar das eleições que o regime birmanês pode realizar em 2010, em pleito que foi tachado de farsa pela dissidência.
Junta critica EUA
A Junta Militar de Mianmar denunciou a "ingerência" da comunidade internacional em seus assuntos internos por causa das críticas ao julgamento de Suu Kyi.
"Pedir a liberdade de Suu Kyi é não mostrar nenhum respeito por nossas leis", afirma um editorial publicado hoje no "New Light of Mianmar", o jornal oficial que o regime birmanês usa para divulgar suas mensagens.
"O tribunal emitirá uma condenação caso seja considerada culpada, e a porá em liberdade se for inocente", diz o editorial do "New Light of Mianmar".
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, inclusive ofereceu a Mianmar incentivos em forma de investimentos caso o país liberte a Nobel da Paz, que passou 14 dos últimos 20 anos na prisão
Mianmar é uma ditadura militar desde 1962 e não celebra um processo eleitoral democrático desde 1990, quando o partido liderado pela própria Suu Kyi venceu as eleições. Os resultados jamais foram aceitos pelos generais que governam o país.
Encontrou algum erro? Entre em contato