
25 de outubro de 2009 | 02h37
A Junta Militar de Mianmar (antiga Birmânia) está disposta a melhorar as condições da prisão domiciliar cumprida pela principal opositora do país e vencedora do Prêmio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, embora não tenha dito se permitirá que ela participe das eleições parlamentares de 2010, informou neste domingo a imprensa Tailandesa.
Veja também:
Perfil: Aung San Suu Kyi é símbolo de resistência pacífica
Veja a lista completa dos premiados com o Nobel da Paz
Foi o que disse o primeiro-ministro birmanês, o general Thein Sein, na reunião mantida pela Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), China, Coreia do Sul e Japão no sábado, 24, na cidade tailandesa de Hua Hin, a cerca de 150 quilômetros ao sul de Bangcoc.
O governante birmanês avaliou a mudança de atitude de Suu Kyi e disse que se mantivesse essa postura poderia melhorar sua situação, segundo o porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores do Japão, Kazuo Kadama.
Suu Kyi, de 64 anos e chefe da Liga Nacional para a Democracia, se ofereceu ao regime militar em setembro passado para mediar com acomunidade internacional de modo que suavize ou levante as sanções que impôs a Mianmar por violar os direitos humanos e negar-se a acometer reformas democráticas.
O primeiro ministro birmanês também assinalou que os Estados Unidos havia suavizado sua postura com a Birmânia, de acordo com Kadama.
Em 11 de agosto passado, um tribunal de justiça condenou Suu Kyi a três anos de trabalhos forçados, pena que foi reduzida a 18 meses de prisão domiciliar, por violar em maio de 2009 as condições de confinamento em sua casa, cumpridas desde 2003.
A secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, manifestou o mês passado que seu país devia mudar a política em relação a Birmânia e impulsionar o diálogo, mas sem levantar sanções enquanto não se produzissem mudanças.
Mianmar vai celebrar em 2010 eleições parlamentares que, segundo disse o primeiro ministro birmanês, serão "participativas".
No entanto, a LND, o principal partido da oposição que resiste a pressão do regime dos generais, condenou as eleições porque será baseada em uma Constituição, aprovada em 2008, que vai garantir a participação do estamento militar na política.
A Carta Magana concede aos "generais" um quarto dos lugares do Legislativo bicameral e ainda os exonera de qualquer delito cometido no passado.
A Birmânia é governada por uma ditadura militar desde 1962 e não faz eleições desde 1990, porque Suu Kyi e a LND ganharam com mais de 82 por cento dos votos.
Suu Kyi não poderá com esta Constituição aspirar a chefia do Estado porque esteve casada com um estrangeiro.
Encontrou algum erro? Entre em contato