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Justiça alemã indicia ex-criminoso de guerra nazista

Por Agencia Estado
Atualização:

Promotores alemães informam o indiciamento de um ex-líder nazista da SS, de 93 anos, acusado de ter ordenado a matança de 59 prisioneiros de guerra italianos, em 1944, em Gênova. O escritório da promotoria de Hamburgo não fixou uma data para o julgamento de Friedrich Engel, que no final da guerra liderava a SS nesta cidade portuária, e viveu durante vários anos em Hamburgo. Os promotores afirmaram numa declaração que Engel é acusado de ordenar, no dia 19 de maio de 1944, a matança. A ordem teria sido dada como vingança contra um ataque a um cinema para soldados alemães quatro dias antes, no qual cinco soldados alemães foram mortos e 15 ficaram feridos. Os detidos da prisão Marassi em Gênova foram levados para a localidade de Turchino e mortos a tiros por um comando da Marinha, na presença de Engel. Os corpos caíram em um fosso que havia sido cavado por prisioneiros judeus, acrescentaram os promotores. Engel reconheceu que foi "parcialmente responsável" pela matança dos 59 prisioneiros de guerra. Mas numa carta para um jornal no ano passado, escreveu que nunca havia matado ninguém, e que nunca havia dado ordens para matar. Ele também negou seu envolvimento em outros dois massacres, que resultaram em 187 mortes. A Itália vem pressionando para que a Alemanha julgue Engel desde que um documentário sobre ele, transmitido pela televisão alemã, em abril do ano passado, despertou a atenção para o caso. Um tribunal militar italiano em Turim julgou Engel à revelia, em 1999, condenando-o à prisão perpétua por crimes de guerra relacionados a 246 mortes. Os investigadores alemães consultaram um promotor do caso e encontraram provas naquele julgamento, além de documentos mais importantes nos arquivos em Washington. Engel não foi extraditado para a Itália porque a Alemanha não extradita seus cidadãos por crimes cometidos fora do país. Ao invés disso, julga-os em seu próprio território. Cerca de 20 investigações por crimes de guerra nazistas ainda estão pendentes na Alemanha.

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