Justiça da Espanha pede ao Brasil extradição de terrorista do Massacre de Atocha

Carlos García Juliá fugiu da Espanha para Paraguai após ter obtido liberdade condicional em 1991 e foi detido em 5 de dezembro em São Paulo

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Atualização:

MADRI - A Audiência Nacional da Espanha pediu nesta terça-feira, 18, ao governo que solicite às autoridades brasileiras a extradição do cidadão espanhol Carlos García Juliá, condenado por participar do massacre terrorista de advogados cometivo em Madri em 1977.

Monumento em memória dos advogados de Atocha, assassinados por um comando ultradireitista em 1977, na praça de Antón de Martín, na Espanha Foto: Arquivo/EFE

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O homem fugiu da Espanha para Paraguai após ter obtido liberdade condicional em 1991 e foi detido em 5 de dezembro em São Paulo.

Em uma resolução publicada hoje, a Audiência espanhola propõe que o Ministério de Justiça peça a entrega de Juliá por entender, da mesma forma que a Promotoria, que a condenação que foi imposta não prescreveu e restam para cumprir 3.855 dias de prisão.

A Promotoria considera que a fuga de Juliá durante uma liberdade condicional interrompe o período de cumprimento de prisão, por isso que sua condenação a 193 anos de prisão não prescreveu.

Segundo lembra o Tribunal espanhol, o foragido foi condenado em 1980 como autor de nove crimes de assassinato (cinco consumados e três frustrados) e posse de armas. O detido, de 63 anos, tinha 24 quando os crimes foram cometidos.

García Juliá e seus cúmplices, membros de um grupo ultradireitista, assassinaram a tiros cinco pessoas em um escritório de advogados.

A pena foi limitada ao máximo de 30 anos previstos então pelas leis espanholas. Em 1991, foi concedida liberdade condicional. Em dezembro desse ano, obteve autorização para viajar para Assunção e trabalhar no país, com a condição de se apresentar mensalmente na Embaixada da Espanha no Paraguai.

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Ao descumprir o disposto e após ser detido na Bolívia em maio de 1996 por narcotráfico, a liberdade condicional foi revogada.

A Espanha iniciou então um processo de extradição com a Bolívia, que não foi levado em diante. O foragido se deslocou pelo Chile, Argentina, Venezuela e Brasil, país onde residia desde 2001 com documentação falsa com nome de um cidadão venezuelano. / EFE

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