Justiça da Venezuela veta aliança opositora na eleição presidencial

Suprema corte ordena ao CNE que exclua a MUD do processo de validação de cédulas eleitorais, alegando irregularidades

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CARACAS - O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela, ligado ao chavismo, excluiu nesta quinta-feira a aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) das próximas eleições presidenciais, nas quais Nicolás Maduro pretende se reeleger, ao reprogramar um processo de reinscrição de partidos políticos.

Henrique Capriles, líder opositor, foi inabilitado politicamente pela Procuradoria-Geral Foto: REUTERS/Carlos Garcia Rawlins

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“Ordenamos ao Conselho nacional Eleitoral (CNE) que exclua a Mesa de Unidade Democrática (MUD) do processo de validação das cédulas eleitorais (que será realizado no próximo final de semana)”, afirma a sentença da corte suprema, que autoriza o Poder Eleitoral a reprogramar por seis meses a reinscrição de partidos, incluindo a coalizão. A Justiça alega que a MUD é formada por organizações políticas já renovadas e outras que estão com sua situação pendente e permitir a validação do cartão unitário da MUD vai contra “a proibição da dupla militância”.

+ Chavismo antecipa para até abril eleições presidenciais na Venezuela

A Assembleia Constituinte, formada em sua maioria por chavistas e que controla o país, adiantou as eleições presidenciais, habitualmente realizadas em dezembro, para até 30 de abril e ordenou ao CNE que marcasse a data.

A antecipação das eleições foi criticada por vários governos da região e pela oposição venezuelana, que considerou que a negociação com o chavismo está descartada após a medida.

Analistas e opositores já haviam advertido que o governo provavelmente adiantaria o processo eleitoral para aproveitar a crise de credibilidade e divisões internas da coalizão opositora.

O número dois do chavismo, Diosdado Cabello, disse que a antecipação era uma resposta às sanções impostas contra a Venezuela pelos EUA e a União Europeia, “com o objetivo de buscar a mudança de governo”. “Se o mundo quer aplicar sanções, nós aplicaremos eleições. Poderes imperiais desataram uma campanha sistemática e de ódio contra a Venezuela”, acrescentou. / EFE e AFP

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