31 de janeiro de 2013 | 02h08
A Justiça da Espanha acusou ontem um membro da família real espanhola de "enriquecimento ilícito" e estabeleceu uma fiança de 8,1 milhões antes mesmo do início do julgamento. O duque de Palma, Iñaki Urdangarin, casado com uma das filhas do Rei Juan Carlos, é suspeito de desviar milhões de euros em dinheiro público, usando uma empresa de fachada.
Numa sentença, o juiz José Castro explica que denuncia o duque e seu sócio por "despeitar as regras de licitação pública para conseguir seus objetivos, que eram o de desviar fundos públicos para o benefício próprio".
Para evitar ser preso, o genro do rei terá de fazer o depósito nos próximos cinco dias. Outra opção é que suas propriedades sejam confiscadas e embargadas pela Justiça. O juiz ainda ordenou o fim dos contratos milionários que o duque fechou com o governo de Valência e outras comunidades autônomas.
O esquema era montado com a ajuda de uma fundação que emitia notas frias e prestava serviços jamais realizados. O rei exigiu que o duque abandonasse suas atividades na fundação. Mas as investigações mostraram que ele, apesar de oficialmente afastado, continuou atuando.
Há duas semanas, o Estado mostrou como o duque chegou a obter com suas empresas um contrato de US$ 70 mil com o Banco Interamericano de Desenvolvimento para desenhar uma estratégia sobre como o Rio de Janeiro deveria se preparar para os Jogos Olímpicos de 2016.
O escândalo levou a popularidade da família real a seu pior nível desde 1975. O rei afastou o duque de atividades públicas.
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