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Justiça ordena que filho enterre pais congelados

Por Agencia Estado
Atualização:

Um tribunal determinou nesta quarta-feira a um homem que ele precisa enterrar os corpos de seus pais, mantidos congelados por ele no porão do castelo da família, a fim de honrar o desejo deles de um dia voltar à vida. O tribunal, na cidade de Saumur, região central da França, proferiu uma sentença favorável às autoridades locais, que haviam argumentado que o congelamento de Raymond Martinot e Monique Leroy era ilegal. De acordo com a lei francesa, um cadáver deve ser enterrado, cremado ou doado para fins científicos. O filho do casal, Remy Martinot, de 35 anos, havia procurado manter os corpos de seus pais em câmaras criogênicas no porão do castelo da família, na cidade de Neuil-sur-Layon, argumentando que ele estava cumprindo os últimos desejos de ambos. Qunado a mãe de Remy Martinot morreu, em 1984, seu pai Raymond um médico fascinado pela técnica do congelamento, teve autorização das autoridades locais para enterrá-la no castelo da família. No entanto, ao invés de enterrá-la, ele injetou anticoagulantes nas suas veias e congelou seu corpo. Raymond Martinot disse a seu filho que quando morresse, gostaria de ser congelado ao lado de sua companheira - os pais de Remy nunca se casaram - e deixou-lhe os instrumentos e produtos necessários para pôr a tarefa em prática. O velho Martinot faleceu no último dia 22 de fevereiro, aos 80 anos. Desta vez, porém, as autoridades locais, que haviam concordado com o congelamento de Monique Leroy, se opuseram. O promotor Jean-Frederic Lamouroux argumentou, na semana passada, que a retirada do casal das câmaras refrigeradas era "uma questão de ordem e saúde públicas". O tribunal em Saumur autorizou o uso da força pelas autoridades locais, caso seja necessário fazê-lo para levar adiante a decisão judicial.

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