21 de março de 2011 | 15h56
Obama discursa no Chile.
SANTIAGO - O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta segunda-feira, 21, durante entrevista no Chile, que a posição americana é que o ditador líbio, Muamar Kadafi, deve deixar o poder. Segundo ele, no entanto, os EUA vão cumprir especificamente a resolução da ONU, que prevê apenas a defesa de civis líbios.
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Obama disse ainda que o Exército americano prevê transferir em dias o comando da operação para outros países da coalizão. De acordo com o presidente, é preciso primeiro destruir as defesas antiaéreas de Kadafi. Um oficial do governo americano afirmou que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) poderia assumir a liderança das operações.
"Nossa ação militar apoia o mandato do Conselho de Segurança e tem o foco específico na ameaça humanitária que o coronel Kadafi representa para seu povo. Não apenas ele está assassinando civis, mas ameaçou fazer mais", disse Obama. "Também disse que a política dos EUA é a de que Kadafi deve sair", disse o presidente, relembrando as sanções econômicas impostas por Washington contra o ditador líbio.
Mais cedo, o Departamento de Estado americano afirmou que o objetivo final dos EUA e de seus aliados na Líbia é retirar Kadafi do poder. "Estamos tentando convencer o coronel Kadafi, seu regime e seus associados de que eles precisam renunciar ao poder", afirmou o porta-voz do departamento, Mark Toner. "Esse é o nosso objetivo final".
Toner disse que os EUA são claros ao defender que Kadafi perdeu a legitimidade no comando da Líbia. "No longo prazo, nós vamos continuar a pressão sobre ele e seus associados". O porta-voz, no entanto, destacou que o objetivo imediato dos norte-americanos é a imposição da zona de exclusão aérea.
Uma coalizão formada por EUA, França, Reino Unido, Itália, Canadá, Qatar, Noruega, Bélgica, Dinamarca e Espanha deu início no sábado, 19, a uma intervenção militar na Líbia, sob mandado da resolução 1973 do Conselho de Segurança das Nações Unidas. A medida prevê a criação de uma zona de exclusão aérea na Líbia e a tomada de 'quaisquer medidas necessárias' para impedir o massacre de civis pelas tropas de Kadafi.
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