TRÍPOLI
- Provocado por novos ataques aéreos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) contra Trípoli, o líder líbio Muamar Kadafi reagiu furiosamente contra a aliança nesta sexta-feira, 17.
Em uma ligação telefônica que pôde ser ouvida por alto-falantes por algumas milhares de pessoas que se reuniam na praça Verde, em Trípoli, no final do dia, Kadafi desafiou a aliança a manter os ataques.
A televisão estatal transmitiu a mensagem ao vivo, e a repetiu poucos minutos mais tarde.
"A Otan será derrotada", gritou ele. "Eles vão se retirar em derrota". O som de disparos de armas automáticas ecoou na praça durante horas enquanto carros cheios com partidários de Kadafi, muitos com crianças, se dirigiam para as ruas que levam à praça. Embora houvesse grande presença de policiais e soldados na praça, muitos que estavam no local vestiam roupas civis.
'Não os traidores'
Manifestantes e jornalistas estrangeiros na capital disseram que esta foi uma das maiores demonstrações desde o início dos ataques aéreos.
"Todos na Líbia querem o coronel Kadafi, não os traidores", disse Rajab Hamman, engenheiro de 51 anos de Trípoli, que estava na praça enquanto outros manifestantes disparavam pentes inteiros de seus rifles automáticos para o ar a poucos passos dali. "Esse são os verdadeiros líbios", disse ele, referindo-se à multidão.
No leste de Trípoli, forças de Kadafi entraram em confronto com rebeldes que, lentamente, estão quebrando o cerco do governo à cidade portuária de Misrata. Médicos no hospital Hikma, na cidade, disseram que nove rebeldes e uma mulher que viviam perto da zona de confronto foram mortos e outras 30 pessoas ficaram feridas. O número de vítimas do lado do governo é desconhecido.