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Kadafi diz que vai rever condenação de enfermeiras

Profissionais foram condenados sob acusação de terem infectado crianças com aids

Por Agencia Estado
Atualização:

O primeiro-ministro da Itália, Romano Prodi, disse na terça-feira ter feito um apelo ao líder líbio Muamar Kadafi pela vida das cinco enfermeiras búlgaras e do médico palestino condenados à morte sob acusação de ter infectado deliberadamente centenas de crianças com o vírus da aids. "Fiz isso de coração, porque é um problema que vem se arrastando há oito anos", disse Prodi a repórteres depois de se encontrar com Kadafi na noite de segunda-feira, em uma cúpula da União Africana na Etiópia. Ele disse que Kadafi respondeu afirmando que "ainda há problemas de indenização (às famílias das vítimas)", mas que iria pensar e que voltaria a conversar com Prodi sobre o assunto. O Parlamento Europeu pediu aos países da União Européia em dezembro que revejam suas relações com a Líbia e aumentem a pressão para a libertação dos seis acusados. Mas a União Africana disse na semana passada que a Europa deveria deixar o sistema judicial líbio cuidar do caso, e manifestou a preocupação de que o bloco estivesse ameaçando a Líbia. Mais de 430 crianças foram infectadas pelo vírus da Aids em um hospital de Benghazi, no leste da Líbia. Pelo menos 50 morreram. Especialistas afirmam que os responsáveis pelo foco foram a negligência e as más condições de higiene do hospital, e que as infecções começaram antes da chegada dos acusados à instituição. As sentenças de morte foram criticadas por grupos de defesa dos direitos humanos e por governos ocidentais. Prodi disse que a Itália intercedeu em nome da Bulgária, que também é integrante da UE. O filho de Kadafi, Saif al-Islam, disse em uma entrevista publicada na segunda-feira que a Líbia não vai executar os seis.

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