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Kadafi escondia álbum de fotos de Condoleezza Rice em seu palácio

Fotografias foram descobertas por rebeldes líbios; em entrevista cedida em 2007, líder líbio confessa se sentir orgulhoso por ela 'ser uma mulher negra de origem africana'

Por Efe
Atualização:

WASHINGTON - O líder líbio Muammar Kadafi escondia em seu palácio um álbum de fotos da ex-secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice.

 

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A imprensa deu destaque na quinta-feira, 25, para as fotografias de um álbum descoberto pelos rebeldes líbios ao entrar no palácio que revela que a paixão de Kadafi por Condoleezza ia além das palavras que já havia dedicado a ela em público.

 

Em uma entrevista à rede de televisão Al Jazeera em 2007 - um ano antes da visita histórica que a chefe da diplomacia americana fez à Líbia-, Kadafi declarou sua admiração pela americana.

 

"Admiro a forma como se reclina e dá ordens aos líderes árabes... Leezza, Leezza, Leezza. Gosto muito dela. Me sinto orgulhoso porque ela é uma mulher negra de origem africana", disse o ditador na ocasião.

 

No álbum, que alguns meios de comunicação compararam aos que um adolescente guarda de seu ídolo musical, podem ser vistas fotografias oficiais de Rice em eventos públicos, algumas em primeiríssimo plano.

 

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Perguntada sobre a coleção de fotos do líder líbio, a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland, reconheceu que não as viu, mas acredita que também não necessita fazê-lo "para definir como excêntrico e repulsivo o comportamento de Kadafi".

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Em setembro de 2008, Condoleezza Rice realizou uma viagem oficial a Trípoli, a primeira de um secretário de Estado em 55 anos, depois que em 1953 o então titular desse cargo, John Foster Dulles, se encontrou com o rei líbio Idris.

 

Durante a visita, Kadafi rompeu o jejum do Ramadã para jantar com Condoleezza e presenteou a convidada com lembranças avaliadas em até US$ 212 mil.

 

Entre os presentes havia um anel com um diamante, um alaúde acompanhado de um DVD, um cadeado com uma foto de Kadafi no interior e uma cópia do "Livro Verde da Revolução" com uma dedicatória na qual o ditador expressava seu "respeito e admiração" por ela.

 

Muito mais discreta, Condoleezza entregou a Kadafi um prato com o selo dos EUA. Além disso, devido à estrita política do Departamento de Estado, a então secretária não pôde aceitar os presentes.

 

Segundo o jornal Huffington Post, Kadafi não é o único que tinha uma queda por Condoleezza: o ex-ministro de Relações Exteriores do Canadá, Peter McKay; o ex- ministro de Exteriores britânico, Jack Straw; e o ex-ministro de Relações Exteriores italiano, Massimo D'Alema, também sentiram mais que admiração pela política americana.

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