TRÍPOLI - O ditador da Líbia, Muamar Kadafi, tem se escondido em hospitais para fugir dos ataques aéreos que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) realiza contra suas instalações em Trípoli, afirmou uma autoridade britânica que acompanhava o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, na reunião do G8, informam jornais britânicos.
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As informações da fonte sobre o paradeiro de Kadafi, dada aos jornais Daily Telegraph e Guardian de forma anônima, é a primeira evidência de que as autoridades dos governos ocidentais e da Otan têm relatos sobre a movimentação do coronel líbio.
Segundo o Guardian, a fonte disse que Kadafi "está extremamente preocupado, fugindo, se escondendo em hospitais durante a noite". Além disso, os seus comandantes militares não podem se comunicar entre si por temores de que as ligações sejam rastreadas pela Otan.
"Há um consenso de que precisamos manter a pressão. Um fato importante é o de que Kadafi parece estar mudando de hospital para hospital, ou seja, indo de um lugar que não vamos atacar para outro lugar que não vamos bombardear", disse a autoridade britânica ao Daily Telegraph.
Os bombardeios da Otan são realizados sob tutela da resolução aprovada pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que permite o uso de "todos os meios" para proteger os civis atacados por Kadafi. A aliança realizou cerca de 2,600 sobrevoos e ataques nos últimos dois meses contra as instalações militares do ditador.
Ainda segundo o Guardian, o fato de Kadafi estar preocupado estimulou Cameron e o presidente da França, Nicolas Sarkozy, a autorizar suas Forças Armadas a usar helicópteros na Líbia. As aeronaves - Apaches, da Grã-Bretanha, e Tigers, da França - são equipadas com mísseis de alta tecnologia e pontaria, o que pode ajudar nos ataques contra alvos específicos.