Kadima e Trabalhista dividem ministérios em reunião secreta

Os trabalhistas ficarão com sete, entre eles o da Defesa, Educação e Agricultura

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os partidos Kadima e Trabalhista resolveram a maior parte de suas divergências para a formação do novo governo de Israel em reunião secreta realizada na última quinta-feira pelos seus respectivos dirigentes, Ehud Olmert e Amir Peretz. Assim informou neste sábado a rádio pública israelense, que afirmou que os trabalhistas ficarão com sete ministérios, mais do que o correspondente aos resultados das eleições de 28 de março, em que conseguiram eleger 19 deputados. Entre os ministérios que o Partido Trabalhista receberá estão os da Defesa, que será dirigido por Peretz; da Educação, que passará para Yuli Tamir, e da Agricultura. A reunião foi realizada em segredo, e seu objetivo era colocar fim às divergências surgidas nas negociações bilaterais. Fontes do Partido Trabalhista disseram à emissora que estão satisfeitos com os resultados, já que garantirão "uma associação política estável" entre os dois partidos. Mais negociação As equipes negociadoras do Trabalhista e do Kadima voltarão a se reunir neste sábado para resolver os assuntos econômicos ainda pendentes. Na reunião de hoje, as equipes discutirão questões como o aumento do salário mínimo a mil dólares e a reivindicação de instaurar um sistema estatal obrigatório de aposentadorias. O partido pacifista Meretz denunciou que os trabalhistas "estão mais interessados nos cargos de ministros que em seus ideais", segundo a deputada Zehava Galón, que afirmou também que em troca dos sete ministérios, Peretz permitiu que Olmert conte em seu governo com o partido ultranacionalista Israel Beiteinu, que defende posturas racistas contra os cidadãos árabes de Israel. Além disso, o Israel Beiteinu se opõe à evacuação de assentamentos judaicos na Cisjordânia dentro do programa de governo. Os dois assuntos foram determinantes na campanha eleitoral do Partido Trabalhista, e Peretz queria receber o ministério das Finanças para poder transformar suas promessas em realidade. Segundo o acordo de quinta-feira, o líder trabalhista abriu mão desse ministério, que será dirigido pelo Kadima. Após as eleições, Olmert assegurou que queria dirigir os assuntos econômicos para garantir que o orçamento do governo não excederá os limites fixados pelo Executivo anterior. Olmert propôs aos trabalhistas um aumento progressivo do salário mínimo até os mil dólares (atualmente é de US$ 740) a fim de não provocar um déficit desproporcional e uma nova crise econômica. O acordo entre o Kadima e o Partido Trabalhista abriu as negociações com os demais partidos que queiram fazer parte do governo dirigido por Olmert, que prometeu a Peretz que seria membro preferencial e o primeiro a negociar os termos do pacto de coalizão.

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