Karzai obteve 'reeleição esmagadora', diz ministro

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Por AE-AP
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Um dos ministros de Hamid Karzai declarou ontem que o presidente afegão foi reeleito depois de obter uma "vitória esmagadora". A declaração de Hazrat Omar Zakhilwal, ministro das Finanças do Afeganistão, vem à tona um dia antes da divulgação dos primeiros resultados parciais da eleição presidencial realizada na quinta-feira passada e semanas antes da declaração oficial de quem venceu o pleito. Segundo Zakhilwal, Karzai se reelegeu com uma votação "próxima de 70% dos votos". Porém, um assessor afirmou que o ministro baseou suas declarações em informações obtidas pelo comitê de campanha de Karzai. Um porta-voz do ex-chanceler Abdullah Abdullah, principal rival do presidente afegão nas urnas, desconsiderou a alegação e disse que Karzai está tentando manipular a opinião pública. A Comissão Eleitoral Independente do Afeganistão pretende divulgar amanhã os primeiros resultados preliminares - os números provavelmente dirão respeito a uma parcela ainda pequena dos votos. A eleição foi marcada pelo baixo comparecimento e acusações de fraude. Pelas cifras divulgadas por Zakhilwal, Karzai obteve 3 milhões dos 4,5 milhões de votos apurados - de um universo total de 5 milhões de votos. Abdullah Abdullah teria ficado apenas com 1 milhão. "Sim, nós podemos", disse o ministro, imitando o slogan da campanha do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. "E você pode deixar de fora Kandahar, Zabul e Uruzgan", afirmou Zakhilwal, referindo-se a províncias do sul do Afeganistão de maioria pashtun que apoiavam Karzai, mas onde o comparecimento às urnas foi baixo por causa das ameaças do Taleban. Antes da eleição, duas pesquisas de opinião indicavam que Karzai teria a maioria dos votos, mas não chegaria a 50,1%, número exigido para evitar o segundo turno com Abdullah. Ambos os lados declaram vitória após a votação, mas prometeram respeitar o resultado oficial e evitar a violência. Abdullah tem acusado Karzai e seus partidários de fraude generalizada e afirmou que seus correligionários apresentaram mais de cem queixas de irregularidades. A Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu que houve alguns "problemas" durante a votação, mas pediu que candidatos e eleitores tenham paciência enquanto as autoridades investigam as denúncias de fraude.

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