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Kerry alerta Netanyahu a não discutir acordo iraniano em público

Primeiro-ministro israelense discursará ao Congresso americano nesta terça-feira 

Por Jamil Chade , correspondente e Genebra
Atualização:

GENEBRA - Às vésperas do discurso de Binyamin Netanyahu diante do Congresso americano, coube ao secretário de Estado John Kerry mandar seu recado ao israelense em nome da Casa Branca. Em Genebra, Kerry alertou sobre o risco de debater detalhes do programa nuclear iraniano em público e apontou que revelar partes do acordo poderia colocar em risco a negociação.

Kerry não falou diretamente sobre Netanyahu diante dos jornalistas. Mas mandou um recado velado. Segundo ele, as informações de que os detalhes do acordo com o Irã poderiam ser tornados público minaria o processo de aproximação entre Barack Obama e Teerã.

Netanyahu é criticado por falas polêmicas Foto: REUTERS/Siegfried Modola

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"Estamos preocupados com informações que sugerem que detalhes selecionados das atuais negociações possam ser discutidos publicamente nos próximos dias", declarou. "Quero deixar claro que, ao fazer isso, vai ficar mais difícil de chegar à meta que Israel e outros querem atingir", alertou. "A segurança de Israel está absolutamente em nossas mentes. Mas também a dos outros Estados da região e dos EUA".

Kerry fez a declaração sem ter sido questionado, o que deixou claro sua intenção de mandar o recado a Netanyahu antes de seu discurso.

A partir desta terça-feira, em Montreux na Suíça, americanos e iranianos terão uma série de encontros para tentar aproximar as posições. Nesta segunda-feira, 2, o chanceler iraniano, Mohammed Javad Zarif, deixou claro que, se todos os lados fizerem concessões, pode haver um acordo nas próximas semanas.

Kerry admitiu que "algum progresso" foi feito nas negociações. Mas alertou que "muito ainda precisa ser feito" para que o Irã prove que seu programa nuclear será apenas para fins pacíficos. "Hoje, não existe um acordo. Não existe nem um acordo parcial e enquanto o Irã não tomar decisões difíceis, não haverá um acordo", completou.

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