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Kerry diz que divergências precisam ser superadas antes de acordo com o Irã

Negociador iraniano citou sanções petrolíferas e bancárias como pontos a serem discutidos

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Por Redação
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GENEBRA - O secretário de Estado americano, John Kerry, disse nesta sexta-feira, 8, que lacunas importantes precisam ser superadas nas negociações nucleares com o Irã. Ele se reuniu com o chanceler iraniano para buscar um acordo provisório.

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"Quero enfatizar que não há acordo a esta altura", disse Kerry logo depois de chegar a Genebra, moderando a expectativa de uma solução para o impasse que se prolonga há uma década. "Esperamos tentar estreitar essas diferenças, mas não acho que ninguém deva se enganar, pois há algumas lacunas importantes que precisam ser fechadas", disse ele a jornalistas.

O Irã descreveu uma divergência importante. O integrante de sua equipe de negociação Majid Takt-Ravanchi disse à agência de notícias Mehr que as sanções petrolíferas e bancárias impostas ao Irã deverão ser atenuadas já em uma primeira fase de qualquer acordo.

As potências mundiais envolvidas nas negociações ofereceram ao Irã um acesso de até US$ 50 bilhões a verbas congeladas no exterior há anos, mas descartaram uma diluição mais ampla das sanções no princípio da execução do acordo.

Potências ocidentais suspeitam que Teerã esteja tentando desenvolver armas nucleares e, por isso, a comunidade internacional impôs punições à República Islâmica, que insiste no caráter pacífico das suas atividades.

Em junho, o Irã elegeu Hassan Rohani, um político moderado, como presidente, o que abriu as portas para a retomada do diálogo, agora em sua segunda rodada, com a participação de EUA, Rússia, China, Grã-Bretanha, França e Alemanha. Diplomatas alertam, no entanto, que um eventual avanço marcará apenas o primeiro passo na solução da questão.

A presença de Kerry e dos ministros de Relações Exteriores da França, Grã-Bretanha e Alemanha já sinaliza que um acordo pode estar mais próximo. O chanceler russo, Sergei Lavrov, se juntará ao grupo no sábado, disseram diplomatas.

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Kerry adiou visitas à Argélia e ao Marrocos para viajar à Suíça e iniciou uma reunião trilateral com o chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, e com a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton.

Um funcionário graduado do Departamento de Estado disse que Kerry está comprometido em fazer "qualquer coisa que puder" para superar as divergências com o Irã. Antes de chegar em Genebra, ele esteve em Israel, onde se reuniu com o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, contrário à negociação com o Irã.

Netanyahu advertiu Kerry e seus homólogos europeus de que o Irã obteria "o negócio do século" se o Ocidente fizesse propostas para conceder um alívio temporário e limitado das sanções em troca de uma suspensão parcial e não expansão de seu programa de enriquecimento de urânio para a produção de combustível nuclear.

"Israel rejeita totalmente isso e o que eu estou dizendo é compartilhado por muitos na região, mesmo que não expressem publicamente", disse Netanyahu a repórteres. A Casa Branca respondeu dizendo que era "prematuro" criticar o que estava sendo deliberado em Genebra./ REUTERS

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