WASHINGTON - O secretário de Estado americano, John Kerry, declarou ontem que os EUA estão "profundamente perturbados" em razão de relatos de que o governo sírio atacou com armas químicas a cidade de Sarmin. Segundo as informações de Washington, o ataque, com gás cloro, ocorreu na terça-feira.
"Estamos investigando muito atentamente esse assunto e considerando os próximos passos", disse o chefe da diplomacia americana. "Por enquanto, ainda não conseguimos confirmar os detalhes, mas, se isso for verdade, poderia ser apenas o mais recente exemplo trágico das atrocidades do regime de (Bashar) Assad contra o povo sírio - que toda a comunidade internacional deve condenar."
Um grupo que monitora a guerra civil síria afirmou na terça-feira que as forças oficiais praticaram um ataque com gás venenoso que matou seis pessoas no noroeste da Síria. Médicos postaram vídeos na internet de crianças sofrendo o que os profissionais de saúde qualificaram como asfixia. Mas uma fonte militar síria afirmou que o relato do ataque não passa de propaganda.
Kerry tem elevado o tom contra o governo sírio nos últimos dias, depois de ter despertado preocupações entre os aliados dos EUA no Oriente Médio de que Washington estaria aberto para negociar com Assad - que luta contra rebeldes que tentam depor seu governo há mais de quatro anos. O Departamento de Estado americano afirma que busca uma solução negociada para o conflito sírio que não envolva Assad.
Em 2013, após centenas de pessoas morrerem em um ataque com gás sarin nas imediações de Damasco, o governo sírio concordou em destruir suas armas químicas.
/ REUTERS