Kerry se reúne com Netanyahu e mostra otimismo sobre crise de israelenses e palestinos

Secretário de Estado dos EUA e premiê israelense conversaram nesta quinta, em Berlim; Kerry deve se reunir sábado, na Jordânia, com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas

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BERLIM - O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, se encontrou nesta quinta-feira, 22, em Berlim com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, e pediu que o líder israelense use palavras mais moderadas ao comentar a recente onda de violência entre árabes e israelenses. Autoridades americanas e europeias acreditam que a forma como Netanyahu se refere ao episódios é um dos motivadores da violência.

A mensagem de Kerry para Netanyahu, que nessa semana alegou que um clérigo muçulmano teria inspirado o Holocausto - suposição desmentida pelo governo alemão -, será repetida nos próximos dias quando o secretário de Estado se encontrar o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

Kerry e Netanyahu conversam em Berlim sobre a onda de violência entre palestinos e israelenses Foto: Carlo Allegri/Pool Photo via AP

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Depois do encontrou com o premiê israelense, Kerry disse que a conversa lhe deu "uma medida cautelosa de otimismo". Ele disse também que o encontrou aumentou sua esperança de que possa haver uma forma de "acalmar a situação e começar a encontrar uma forma de avançar".

"Se as partes quiserem tentar, e eu acredito que elas querem seguir em direção e uma diminuição da agressividade, há uma série de escolhas que estão disponíveis", disse Kerry em entrevista coletiva ao lado do ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier.

Kerry também afirmou que conversou por telefone com o rei Abdullah II, da Jordânia, e com Abbas nas últimas 24 horas e planeja viajar sábado para Amã, na Jordânia, onde se encontrará com os dois.

Antes de se reunir com Kerry, porém, Netanyahu voltou a fazer acusações contra os palestinos em razão da onda de violência. O primeiro-ministro pediu que outros países pressionem Abbas para acabar com as "mentiras" que seriam ditas sobre a forma como Israel gerencia a Esplanada das Mesquitas, lugar sagrado para judeus e árabes. Netanyahu também acusou o líder palestino de fazer discursos que causariam mais violência.

A forma como o líder israelense se referiu ao tema pareceu mais leve do que a usada por ele sobre o assunto recentemente - apesar de seus comentários continuarem longe de serem conciliadores.

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"Não há dúvidas de que essa onde de ataques foi influenciada diretamente pela incitação, do Hamas, do movimento islamista em Israel e, sinto em dizer, do presidente Abbas e da Atoridade Palestina", disse Netanyahu, colocando os judeus como vítimas da situação, que tentam apenas se defender. "Acredito que seja a hora de a comunidade internacional dizer claramente ao presidente Abbas: 'Pare de divulgar mentiras sobre o Estado de Israel'."

Ainda não palavras do premiê, "para acabar com o terrorismo precisamos acabar com a incitação". Netanyahu está em Berlim para consultas periódicas entre os governos de Israel e Alemanha, uma relação que a chanceler alemã, Angela Merkel, trabalhou duro para manter. Depois de se encontrar com o líder israelense na quarta-feira, Merkel disse que o reiterado apoio a Israel está entre os princípios básicos da política externa alemã. / NYT

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