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Kerry tenta acalmar tensões em Jerusalém

Em visita à Jordânia, secretário de Estado dos EUA reuniu-se com os líderes palestino e israelense em meio à crescente violência

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Por Redação
Atualização:
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry Foto: Jason Lee/Reuters

AMÃ - O secretário de Estado americano, John Kerry, anunciou ontem que foram alcançados compromissos para se reduzir a tensão entre israelenses e palestinos em Jerusalém Oriental, após as conversas mantidas ontem, em Amã, com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, e o rei Abdullah II, da Jordânia.

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Segundo o chefe da diplomacia americana, houve um acordo para se manter o status quo em Jerusalém Oriental, anexado por Israel. Jordânia e Israel, responsáveis pela custódia da Esplanada das Mesquitas na Cidade Santa, também se dispuseram a “tomar passos” para diminiuir a tensão e se restabelecer a confiança na cidade.

Kerry encontrou-se, mais cedo, com o presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas. O líder palestino disse a ele que “as violações israelenses já não podem ser toleradas, especialmente quando se referirem à mesquita Al-Aqsa e Jerusalém”, segundo seu porta-voz, Nabil Abu Rudeina.

A Esplanada das Mesquitas, lugar sagrado para judeus e muçulmanos e onde está a Al-Aqsa, está no centro das disputas. Palestinos estão indignados por uma campanha de grupos de extrema direita judeus que pedem o direito de rezar neste lugar, apesar de Israel ter garantido que não tem a intenção de mudar o antigo status quo segundo o qual os judeus podem visitar o local, mas não fazer orações ali.

No entanto, as contínuas visita de radicais israelenses, a recente entrada de policiais ao templo ou medidas iminentes como a reinstalação de detectores de metal (retirados em 2000) e de sistemas de reconhecimento facial na entrada da Esplanada têm sido interpretadas como “gravíssimas provocações” por parte dos palestinos.

O encontro, segundo o palácio real jordaniano, tinha por objetivo “estabelecer as condições para se relançar as negociações de paz entre palestinos e israelenses”.

A visita do americano à Jordânia ocorre, porém, um dia depois de Israel aprovar a construção de 200 novas casas em Jerusalém Oriental. Os EUA afirmam que novos assentamentos podem enterrar as perspectivas de reabertura de um diálogo de paz no futuro próximo.

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As reuniões coincidiram também com a deterioração das relações entre Israel e Jordânia, que na semana passada chamou para consultas seu embaixador em Tel-Aviv em protesto pelas recentes violações cometidas por Israel na Esplanada das Mesquitas.

Enquanto isso, a violência persiste na Cidade Sagrada. Ontem, houve novos enfrentamentos entre jovens palestinos, com pedras, e soldados israelenses, com gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Um menino palestino ficou ferido após ser atingido por uma bala de borracha no bairro árabe de Isawiya, onde cerca de cem pessoas tentavam ocupar a rua principal em resposta ao bloqueio da polícia das entradas ao bairro.

A presença policial israelense é maciça nos bairros de Jerusalém Oriental, cuja agitação aumentou e a violência causou a morte de pelo menos uma dezena nas últimas semanas. / AFP e EFE

 

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