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Khadafi deve reconhecer que seu governo chegou ao fim, diz Obama

Líderes ocidentais intensificam pressão sobre Khadafi; para chefe da Otan, governo líbio está desmoronando; Chávez critica bombardeios da Otan.

Por BBC Brasil
Atualização:

O presidente americano, Barack Obama, afirmou, no final da noite deste domingo, que o coronel Muamar Khadafi e seu regime precisam admitir que seu governo chegou ao fim. "Khadafi precisa reconhecer a realidade de que ele não controla mais a Líbia", disse Obama, em um comunicado. "Ele precisa abandonar o poder de uma vez por todas." Obama anunciou que o governo americano reconhece o Conselho Nacional de Transição dos rebeldes como a autoridade de governo legítima da Líbia. O presidente americano pediu que o grupo rebelde demonstre a liderança necessária para conduzir o país, com respeito aos direitos do povo líbio, evitando a violência contra civis, protegendo as instituições do Estado líbio e buscando uma democracia que seja justa e inclusiva para todos os líbios. Horas antes, as forças rebeldes tomaram uma praça no centro da capital líbia, Trípoli. O regime de Khadafi confirmou a invasão da cidade e, segundo um porta-voz, cerca de 1,3 mil pessoas foram mortas em confrontos na capital nas últimas 24 horas. Apesar dos avanços dos rebeldes, Khadafi fez um apelo em uma mensagem de áudio para que líderes tribais da Líbia se dirijam a Trípoli e ajudem o regime a defender a cidade dos rebeldes. Apelos As declarações de Obama seguiram as de diversos líderes mundiais, que fizeram apelos para que Khadafi deixe o poder imediatamente. O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, disse que o governo líbio está desmoronando e que Khadafi precisa admitir que não tem como vencer essa guerra. "O regime de Muamar Khadafi está claramente desmoronando. O quanto antes ele perceber que ele não pode vencer essa batalha contra seu próprio povo, melhor. Porque assim o povo líbio não precisa continuar a enfrentar mais derramamento de sangue e sofrimento", disse Rasmussen. A chanceler alemã, Angela Merkel, também intensificou a pressão internacional sobre o regime líbio. "Venho dizendo isso já faz um tempo: Khadafi perdeu sua legitimidade e seria bom se ele deixasse o poder o quanto antes, assim poderíamos evitar mais mortes", afirmou Merkel. "Os rebeldes fizeram grandes avanços. A Alemanha trabalha com o grupo de transição da Líbia e já abrimos uma representação (diplomática) em Benghazi. E vamos continuar a apoiar o povo líbio." 'Regime opressivo' O presidente francês, Nicolas Sarkozy, também pediu que Khadafi poupasse a população, deixando o governo imediatamente. "A França apoia totalmente a libertação da Líbia desse regime opressivo e ditatorial." O primeiro-ministro britânico, David Cameron, que interrompeu suas férias na região da Cornualha, para retornar a Londres, afirmou que "é claro pelas cenas que estamos assistindo em Trípoli que o fim está próximo para Khadafi". "Ele cometeu crimes terríveis contra o povo da Líbia e precisa sair já para evitar mais sofrimento de seu próprio povo", disse. Uma das poucas vozes de apoio a Khadafi veio do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. "Hoje estamos vendo imagens de como os governos democráticos europeus e o supostamente democrático governo dos Estados Unidos estão praticamente demolindo Trípoli com suas bombas", disse. "Hoje eles jogaram não sei quantas bombas e eles as estão jogando indiscriminadamente e abertamente sobre escolas, hospitais, casas, negócios, fábricas, fazendas. E pedimos a Deus para trazer paz ao povo líbio e ao povo do mundo", afirmou. Em uma entrevista na noite deste domingo, o porta-voz do governo líbio, Moussa Ibrahim, ameaçou líderes internacionais. "Consideramos os senhores Obama, Cameron, Sarkozy moralmente responsáveis por qualquer morte desnecessária que ocorra neste país." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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