Kirchner exige que Reino Unido ´devolva´ Malvinas

No 25º aniversário da invasão do arquipélago britânico, presidente pede para que Londres aceite negociar para que ilhas voltem ao domínio argentino

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Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Néstor Kirchner comandará nesta segunda-feira, 2, feriado nacional, as principais cerimônias de comemoração dos 25 anos da invasão argentina às ilhas Malvinas. Kirchner desembarcará pouco antes do meio-dia em Ushuaia, capital da província de Tierra del Fuego, no extremo sul do país, onde realizará um discurso no qual exigirá que o Reino Unido aceite retomar o diálogo sobre a soberania das ilhas. Nos últimos dias, o governo Kirchner deixou de lado a política de aproximação diplomática sutil exercida pelos governos civis desde o fim do regime militar em 1983 e passou a aplicar um estilo mais "duro" para reivindicar o arquipélago. Nos próximos meses o governo argentino desferirá uma intensa ofensiva na ONU e na Organização dos Estados Americanos (OEA) para pressionar Londres a sentar novamente à mesa de negociações. Além disso, pedirá mais apoio para essa ofensiva aos países vizinhos durante a cúpula de presidentes do Mercosul, que será realizada em junho em Assunção, no Paraguai. Na madrugada desta segunda-feira, em Ushuaia centenas de veteranos de guerra esperam Kirchner desde domingo à noite para participar das comemorações. Kirchner pretende homenagear os ex-soldados e evocar a memória dos argentinos que morreram durante a guerra de 1982. No total faleceram 649 soldados e oficiais no conflito. Kirchner também presidirá um desfile cívico-militar. Além do presidente discursaria um veterano de guerra. Nas principais cidades do país as associações de ex-combatentes realizarão marchas de protesto para reivindicar as ilhas Malvinas. A Igreja Católica prevê a realização de missas em memória dos mortos na guerra. Os veteranos também pedirão um aumento das pensões que recebem, além de um serviço específico de assistência psiquiátrica, já que uma parte substancial dos ex-soldados sofrem de profunda depressão e estresse pós-traumático desde o fim da guerra há um quarto de século.

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