Kirchner passa por angioplastia na Argentina

Ex-presidente é considerado o verdadeiro poder no governo da esposa, a presidente Cristina Kirchner

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Por Ariel Palacios e correspondente de O Estado de S. Paulo
Atualização:

O ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007) foi internado às pressas no sábado, 11, à noite por fortes dores no peito. Kirchner, considerado o verdadeiro poder no governo de sua esposa, a presidente Cristina Kirchner - está internado no hospital Los Arcos, no bairro de Palermo. Segundo boletim oficial do hospital, "os médicos fizeram uma angioplastia, que teve sucesso". Uma artéria coronária recebeu uma ponte de safena, de acordo com o comunicado médico.

 

Por volta das 00h30 deste domingo, 12, Kirchner teria saído da sala de cirurgias. Fontes do governista Partido Justicialista (Peronista) indicavam que Kirchner estava "bem".

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Esta é a segunda vez neste ano que o ex-presidente sofre problemas coronários. Em fevereiro passado foi operado de uma obstrução na carótida, deixando o funcionamento do governo em compasso de espera.

Kirchner, além de ocupar o posto de deputado e presidente do partido Justicialista, é secretário-geral da União das Nações Sul-americanas (Unasul). Há poucas semanas ministros de sua esposa lançaram informalmente sua candidatura à presidência da República nas eleições do ano que vem.

 

DORES - Kirchner passou mal durante a tarde do sábado, 11, enquanto estava na residência oficial de Olivos. Na sequência, foi levado à uma clínica no município de Olivos, nas proximidades da residência presidencial, na área norte da Grande Buenos Aires. Mas, segundo fontes governamentais, a gravidade de seu estado fez que seus médicos decidissem pela transferência ao hospital Los Arcos, no bairro de Palermo.

 

No início da noite deste sábado a presidente Cristina acompanhou seu marido ao hospital. O ex-presidente está no quinto andar do estabelecimento.

No meio da fria madrugada, dezenas de integrantes do governo e militantes políticos acotovelavam-se nas portas do hospital, na avenida Juan B. Justo.

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PRIMEIRA OPERAÇÃO - Em fevereiro Kirchner foi internado às pressas no mesmo hospital, onde os médicos removeram uma placa ulcerada que estava obstruindo a carótida direita. Especialistas afirmaram na época que se os médicos não tivessem reagido rapidamente, o homem mais poderoso da Argentina teria corrido o risco de ficar hemiplégico. Na ocasião a presidente Cristina Kirchner minimizou a operação realizada e disse que "Kirchner está bárbaro".

Nessa primeira operação, apesar da cirurgia e das recomendações médicas de repouso, Kirchner transformou a UTI em uma sala de trabalho onde recebeu líderes políticos e emitiu ordens.

 

Na época os médicos que o atenderam ironizaram sobre seu apelido de "Pinguim" e sua irascibilidade por ficar retido dentro do hospital, indicando que "mais do que pinguim é um leão em uma jaula".

Os médicos recomendaram uma redução de sua atividade política, mas o ex-presidente, recusou-se a diminuir seu ritmo de trabalho.

 

 

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AGENDA AGITADA - Kirchner comanda há vários meses uma intensa e estressante ofensiva do governo contra os meios de comunicação e vários setores empresariais. O ex-presidente mantém uma agitada agenda política diária. Embora não integre o gabinete de sua esposa, ele age como "poder paralelo", mantendo reuniões com ministros, secretários, empresários e sindicalistas.

 

A internação de Kirchner promete causar uma nova paralisia no funcionamento do governo argentino. Em fevereiro, quando foi internado pela primeira vez, o gabinete presidencial ficou em stand-by, enquanto esperava a recuperação do ex-presidente.

 

Texto atualizado às 01h20

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