Kofi Annan pede portas abertas para refugiados

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Por Agencia Estado
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O secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, pediu, nesta quarta-feira, em Genebra, que "não se fechem as portas para os refugiados", na véspera do Dia Mundial dos Refugiados, que se comemora nesta quinta-feira. Annan se mostrou preocupado com a crescente quantidade de países que "parecem decididos a fechar suas fronteiras aos refugiados, dando as costas a meio século de regras e práticas internacionais". "Em alguns países industrializados?, disse Annan, em uma mensagem divulgada hoje, ?os que pedem asilo são considerados potenciais delinqüentes. Os que fogem da violência e das perseguições merecem proteção e assistência, não desonfiança e desprezo." Ao pedir soluções duradouras para os refugiados em fuga, o responsável pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), Ruud Lubbers, criticou o insuficiente apoio da comunidade internacional à entidade. "Sem soluções duradouras, os campos de refugiados se tornarão campos do desespero", disse Lubbers, acrescentando que o desespero "transforma os refugiados em presa ideal para os traficantes de seres humanos". Doze milhões de pessoas estão registradas como refugiadas em todo mundo pelo ACNUR - uma cifra que permanece estável em relação ao ano anterior, informou a agência da ONU. Desde o ano passado, mais de um milhão de afegãos pôde voltar à sua pátria, explicou o comissário Lubbers, e o ACNUR ajudou cerca de 200.000 pessoas a retornarem ao Timor Leste. Na África, disse Lubbers, 70.000 pessoas voltaram para Serra Leoa, enquanto mais de 300.000 refugiados que haviam fugido da Eritréia se preparam para pôr fim a um longo exílio. No entanto, acrescentou, esses progressos são apenas um aspecto da situação dos refugiados no mundo todo: "Ainda são numerosos os que adoecem e caem no desânimo nos campos de espera pelo fim do seu calvário".

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