O presidente da Iugoslávia, Vojislav Kostunica, assinou hoje um decreto especial demitindo o coronel-general Nebojsa Pavkovic, chefe do Estado Maior das Forças Armadas iugoslavas, informou a tevê estatal sérvia. "O presidente da Iugoslávia decretou que o serviço militar do chefe do Estado Maior, coronel-general (Nebojsa) Pavkovic, terminará amanhã", dizia um comunicado lido pela emissora. Numa primeira reação, o general desqualificou o decreto como "ilegal e sem significado". Porém, mais tarde, ele reconheceu sua validade. A disputa entre o presidente e o militar pode trazer mais instabilidade em um país que recupera-se lentamente de uma longa crise econômica e política. Kostunica assinou o decreto uma hora depois de o Conselho Supremo de Defesa, do qual é membro, ter rejeitado pela terceira vez um pedido do presidente para que houvesse uma decisão conjunta para a remoção de Pavkovic. Numa declaração divulgada pela agência de notícias Beta, Kostunica diz ter destituído Pavkovic para garantir "o controle civil sobre o Exército" e a "democracia", pois "Pavkovic acreditava estar acima do Exército e acima do Estado". Pavkovic é conhecido por ser um antigo aliado de Slobodan Milosevic e por ter liderado as forças iugoslavas durante os ataques da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), na Guerra de Kosovo. Mas ele também é famoso por ter permitido que ativistas democráticos derrubassem Milosevic em 2000. Mais cedo, Pavkovic havia denunciado que sua demissão estava sendo exigida pelos Estados Unidos.