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Kostunica insiste na determinação sérvia de entregar Mladic

A captura do general Mladic é a condição para que a Sérvia possa retomar as negociações com a UE sobre um Acordo de Estabilização e Associação com o bloco

Por Agencia Estado
Atualização:

O primeiro-ministro da Sérvia, Vojislav Kostunica, insistiu nesta sexta-feira na determinação de seu governo em cumprir um plano de ação para a captura do criminoso de guerra Ratko Mladic para que o país possa aproximar-se da União Européia (UE) e melhorar sua posição nas negociações do Kosovo. "Esse plano de ação, seguido da formação de uma equipe, já começou a ser aplicado", disse Kostunica na localidade de Raka, fronteiriça com a Bósnia. "O importante é a boa vontade já que a cooperação com Haia - sede do Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPII) - situa a Sérvia em uma posição diferente, sobretudo quando se trata das integrações européias e das negociações sobre o Kosovo", acrescentou Kostunica. A captura e entrega do general Mladic, ex-comandante militar servo-bósnio acusado de genocídio e foragido há mais de uma década, é a condição para que a Sérvia possa retomar as negociações com a UE sobre um Acordo de Estabilização e Associação com o bloco, interrompidas em maio. Kostunica disse que o "plano de ação" foi um consenso do TPII com Bruxelas, onde foi apresentado no último dia 17 à UE. Kosovo Ao referir-se às negociações sobre o futuro estatuto do Kosovo, província sérvia povoada por uma arrasadora maioria albanesa independentista. Kostunica reiterou sua posição de que "a integridade territorial e a soberania da Sérvia deve ser respeitada e garantida". O premier, que disse que a Sérvia oferece uma "autonomia substancial" à província, mostrou-se satisfeito com "o consenso e a força dos argumentos" que a equipe negociadora sérvia apresenta nas negociações do Kosovo, que são realizadas em Viena desde fevereiro com mediação da ONU. Na segunda-feira passada, pela primeira vez, os máximos representantes políticos da Sérvia e do Kosovo se reuniram em Viena para tratar do futuro estatuto, sem conseguir aproximar suas posições. Os albano-kosovares insistem na independência como a única saída, o que Belgrado rejeita taxativamente e oferece o máximo possível de autonomia como solução. As autoridades sérvias reiteraram em numerosas ocasiões que se opõem a uma eventual solução "imposta" por considerar que poderia ser perigosa para toda a região dos Bálcãs. Na noite passada, Tomislav Nikolic, líder do ultranacionalista Partido Radical Sérvio (SRS) - antigo aliado do então presidente Slobodan Milosevic e agora a principal força opositora -, disse que "enviará a população às ruas" se Kostunica e o presidente sérvio, Boris Tadic, aceitarem a independência do Kosovo. Nikolic defendeu "a defesa militar do Kosovo como último recurso" caso seja proclamada a independência dessa província.

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