O presidente russo, Dmitri Medvedev, ordenou nesta quarta-feira, 26, o envio a Seul de um grupo de especialistas para investigar o naufrágio da fragata sul-coreana Cheonan, incidente que provocou uma escalada de tensão entre as duas Coreias.
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"Dmitri Medvedev considera uma questão de princípio estabelecer o verdadeiro motivo do naufrágio do navio e resolver com toda transparência quem assumirá a responsabilidade pelo sucedido", informou o Kremlin em comunicado. O Kremlin considera que "quando se encontrar informação confiável sobre o envolvimento de alguém no incidente, em relação aos culpados devem-se tomar as medidas que a comunidade internacional considere necessárias e adequadas. " "O presidente russo, sob proposta dos líderes da Coreia do Sul, tomou a decisão de enviar a esse país um grupo de especialistas altamente qualificados para conhecer em detalhes os resultados da investigação", aponta. A nota oficial destaca que especialistas russos "já estudam cuidadosamente os materiais da investigação fornecidos pela parte sul-coreana. Ao mesmo tempo, Medvedev "considera importante que todas as partes demonstrem contenção e moderação no interesse de evitar uma nova escalada de tensão, preservar a paz, segurança e estabilidade na península coreana e na região como um todo. " "A Rússia está disposta a continuar cooperando estreitamente no problema com todos os países interessados", assevera. Por sua vez, o porta-voz da Chancelaria russa, Igor Lyakin-Frolov, destacou que Moscou não respaldará que o incidente seja comandado pelo pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas até que seja confirmada cem por cento a participação da Coreia do Norte no naufrágio do navio. "Devemos receber uma prova que demonstre a cem por cento o envolvimento da Coreia do Norte no naufrágio do Cheonan", apontou Frolov. O porta-voz da diplomacia russa insistiu que Moscou, que participa desde 2003 nas negociações multipartidárias sobre a crise nuclear coreana, quer tirar suas próprias conclusões sobre o incidente. " A Rússia, que compartilha uma fronteira de apenas 20 km com a Coreia do Norte tem aumentado nos últimos anos sua cooperação política e econômica com o regime comunista. De acordo com uma investigação internacional, a fragata sul-coreana Cheonan naufragou no dia 26 de março no Mar Amarelo (Mar Ocidental) por causa de uma explosão causada por um torpedo norte-coreano, conclusão que é rebatida pela capital, Pyongyang. Após esse episódio, a Coreia do Sul voltou a considerar o norte como seu "principal inimigo", termo que não usava desde 2004, enquanto Pyongyang tem ameaçado com uma reação militar.