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Laboratórios nos EUA competem por nova bomba atômica

Defensores do projeto dizem que os EUA perderão sua capacidade de "dissuasão estratégica", a menos que substituam o arsenal velho de cerca de 6.000 bombas nucleares

Por Agencia Estado
Atualização:

O Laboratório Nacional Lawrence Livermore, em São Francisco, Califórnia, e o Laboratório Nacional de Los Alamos, Novo México, competem para criar a primeira nova arma nuclear dos Estados Unidos em duas décadas. Cientistas nas duas instalações trabalham incessantemente em projetos que serão apresentados ao Conselho de Armas Nucleares, um comitê federal que supervisiona as armas nucleares americanas. O conselho determinará o vencedor da concorrência. "Tenho gente nisso durante a noite e nos finais de semana", disse Joseph Martz, chefe da equipe de projeto de Los Alamos. "Tenho de avisá-los que é hora de ir para casa. Não posso manter todo mundo no escritório". O Congresso aprovou a nova bomba, conhecida como ogiva de substituição confiável, com apoio bipartidário em 2005, como parte de uma autorização para gastos em defesa. A arma poderá ter o mesmo poder explosivo das ogivas atuais. Defensores do projeto dizem que os EUA perderão sua capacidade de "dissuasão estratégica", a menos que substituam o arsenal velho de cerca de 6.000 bombas, que se tornará pouco confiável dentro de 15 anos. Uma arma nova e mais confiável poderia, nessa visão, ajudar o país a reduzir os estoques totais de armas atômicas. Críticos dizem que o plano poderá desencadear uma nova corrida armamentista internacional, além de roubar validade dos argumentos usados para que outros países evitem criar suas próprias armas atômicas. EUA e Rússia assinaram um tratado em 2002 que pede uma redução nos arsenais nucleares da ordem de 1.700 a 2.200 ogivas até 2012.

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