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Lafer prevê mais pressão contra Chávez na OEA

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, decidiu não participar da assembléia-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), que ocorre nesta quinta-feira em Washington. Em parte, a decisão reflete a resistência do Brasil em ver o encontro concentrado, por pressões norte-americanas, nas discussões de uma possível condenação ao próprio presidente da Venezuela, Hugo Chávez, como responsável pelo golpe que sofreu na última semana. Segundo fontes do governo, a expectativa é que os Estados Unidos voltem a insistir em responsabilizar Chávez, assim como fizeram ao longo das 15 horas de reunião do Conselho Permanente da OEA, no último sábado. A iniciativa norte-americana teria o objetivo de ratificar a tese de Washington de que as ações do líder venezuelano haviam provocado seu afastamento. Nesta quarta-feira, Pedro Luiz Rodrigues, porta-voz de Lafer, confirmou que o chanceler não embarcará para Washington. Ele será representado pelo embaixador do Brasil na OEA, Valter Pecly. Segundo Rodrigues, Lafer estará ausente porque o encontro perdeu razão com o retorno de Chávez ao poder. De fato, a convocação da reunião havia sido pedida ao Conselho Permanente da OEA na última sexta-feira pelos 19 países do Grupo do Rio - um mecanismo latino-americano de discussões políticas. O objetivo era avaliar a ruptura da ordem constitucional e democrática da Venezuela à luz do artigo 20 da Carta Democrática Interamericana da OEA - o que justificaria a exclusão deste país da própria organização e do Grupo do Rio. Mas as discussões foram tumultuadas pelas pressões norte-americanas para que o Conselho Permanente culpasse Chávez pela ruptura institucional. A iniciativa acabou abortada, por resistência dos demais países, entre os quais o Brasil.

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