Lápides muçulmanas são profanadas em cemitério na Dinamarca

País tem manifestações pelo respeito às religiões, mas também atos nacionalistas contra imigrantes

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Por Agencia Estado
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A polícia de Esbjerg, cidade da península da Jutlândia, investiga a profanação de 20 jazigos na parte muçulmana do cemitério de Gravlund. O cemitério conta com 50 lápides islâmicas em uma zona à parte, e quase a metade foi profanada na noite de sábado. Os jazigos foram tombados ou quebrados, e o mesmo ocorreu com as flores e os suportes de colocação das velas. Em várias cidades dinamarquesas centenas de pessoas participaram neste fim de semana de pequenas concentrações em favor da tolerância religiosa. Mas também houve outras manifestações nacionalistas. Em Odense, terceira maior cidade do país, com cerca de 180 mil habitantes, centenas de pessoas participaram neste domingo de uma concentração em frente à sede da prefeitura para protestar contra a imigração. O protesto foi convocado pelas associações "Não à Islamização da Dinamarca" e "Dinamarca livre". Esta última se declara um "movimento popular contra a imigração no país". A concentração foi organizada em apoio ao jornal "Jyllands-Posten", que publicou as polêmicas charges de Maomé, e transcorreu sem incidentes. A crise diplomática criada com o mundo islâmico por causa das caricaturas beneficiou o ultradireitista Partido Popular Dinamarquês (DF), terceira força parlamentar e que garante a maioria do governo liberal-conservador no parlamento, segundo pesquisa divulgada neste domingo. De acordo com a enquete do instituto Ramboell, caso as eleições fossem realizadas hoje, o Partido Liberal se manteria como primeira força no país, com 28,3% dos votos, seguido pelos social-democratas com 21,6% e o DF, que passaria de 13,2% para 17,8%, ganhando mais oito deputados no parlamento chegando a 32.

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