
10 de julho de 2013 | 02h06
Segundo a reportagem do diário brasileiro, o objetivo da agência de espionagem americana era obter dados sobre temas como energia, petróleo e compras de equipamento militar.
"Corre um frio pela minha espinha quando me dou conta de que estão espionando a todos nós por meio de seus serviços de informação", afirmou a presidente argentina, Cristina Kirchner. "Espero que agora, na reunião do Mercosul de sexta-feira (em Montevidéu), os presidente façam um forte pronunciamento e um pedido de explicações diante dessas revelações."
O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência do Brasil, Gilberto Carvalho, também considerou a cúpula do Mercosul uma "boa ocasião" para os países do bloco definirem uma posição.
O vice-presidente equatoriano, Jorge Glas, pediu "explicações a respeito dessas acusações e denúncias internacionais". "Tem de haver transparência, há de se respeitar as normas internacionais, os marcos jurídicos internacionais que protegem o direito à intimidade das telecomunicações, que evidentemente foram feridas", declarou.
"Não podemos continuar vivendo em uma situação de espionagem permanente", afirmou o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño. O ministro declarou que, normalmente, "muita espionagem" costuma ser motivada por diferenças entre os países: "Não gosto desse governo, (ele) não atua segundo meus interesses, não me obedece, então vou espioná-lo".
O chanceler de Quito defendeu que essa questão seja um dos temas de debate da próxima Assembleia-Geral de ONU, em setembro, onde deverá ser chamada a atenção de países que, segundo Patiño, "tenham estado violando de maneira tão desavergonhada os direitos humanos de todos os cidadãos" por espioná-los, sem que a motivação "tenha absolutamente nada a ver com o terrorismo".
A presidente costa-riquense, Laura Chinchilla, juntou-se ao coro. "Parece-me que o mais saudável que está ocorrendo é que se abriu uma discussão ampla sobre qual deve ser o equilíbrio entre a proteção da segurança de uma nação e seus cidadãos diante do respeito ao direito de outras nações." / AP, AE e EFE
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