Le Pen enfrenta protestos no Parlamento Europeu

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Por Agencia Estado
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Jean-Marie Le Pen, líder da extrema direita francesa e candidato à presidência da república, compareceu hoje ao Parlamento Europeu, na capital belga, em meio a ruidosos protestos de deputados europeus, no plenário, e belgas, nas ruas. O ultradireitista participou de uma conferência parlamentar sobre o conflito no Oriente Médio e cancelou entrevista coletiva que daria depois "por motivos de segurança". Le Pen e mais quatro membros seu partido - a xenófoba Frente Nacional - têm cadeiras no Parlamento Europeu. Quando ele entrou no plenário, o comissário europeu de relações exteriores, o britânico Chris Patten, comentou em voz alta: "Tenho a impressão de que uma das figuras menos agradáveis da civilização européia está passando pela porta." Le Pen - que se eleito promete "expulsar os imigrantes" e tirar a França da União Européia - não chegou a falar mais que um minuto sobre o Oriente Médio. O presidente da mesa, Pat Cox, teve de intervir com energia para pôr ordem no plenário, que vaiava o líder ultradireitista francês e estendia faixas com frases como "Fora nazista" e "Racista" "Senhores, protestem em silêncio. Permitam ao deputado (Le Pen) expor seu pensamento", disse Cox. "A França protegeu aquele lugar santo (Oriente Médio) durante anos, mas hoje a França e a União Européia estão ausentes. Isso porque obedecem ordens dos Estados Unidos na pessoa de Javier Solana (chanceler da UE e responsável pela segurança da instituição)", disse apenas Le Pen em meio a aplausos de seus quatro colegas de partido. O ultradireitista decepcionou cerca de 400 jornalistas que o aguardavam no edifício para uma entrevista. Alegou falta de segurança e convocou outra para Paris, na sexta-feira. Na capital francesa e outras cidades prosseguiram as manifestações de rua, mas sem incidentes. Em Londres, o primeiro-ministro britânico reiterou a convicção de que os franceses vão repudiar em 5 de maio de forma esmagadora Le Pen que classificou de "repugnante".

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