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Legenda de Macron torna-se a mais rica da França

Com maioria no Parlamento, o República em Marcha é também o maior partido da França em poder financeiro

Por Andrei Netto e CORRESPONDENTE /PARIS
Atualização:

A vitória nas eleições presidenciais e a maioria conquistada no Parlamento transformaram a legenda criada por Emmanuel Macron, República em Movimento (REM), não apenas no maior, mas agora também no mais rico partido da França.

Aos 16 meses de existência, o REM (centro) superou os partidos tradicionais, Republicanos (direita) e Socialista (esquerda), e contará com um tesouro avaliado em € 100 milhões em fundos públicos nos próximos cinco anos para enfrentar as próximas eleições - para o Senado e para o Parlamento Europeu.

General Pierre de Villiers com o presidente Emmanuel Macron durante o desfile militar pelo Dia da Queda da Bastilha Foto: EFE/Julien De Rosa

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O valor é calculado pela representatividade do partido, que conquistou sozinho a maioria da Assembleia Nacional ao eleger 309 deputados em junho. Pelas regras do sistema político francês, toda formação política - partido ou movimento independente - que tenha obtido pelo menos 1% em mais de 50 distritos eleitorais do país tem direito a € 1,42 por voto conquistado por ano até o fim do mandato. Só esse cálculo já garantirá ao partido de Macron € 9 milhões por ano nos próximos cinco anos. Outros € 12 milhões anuais serão depositados na conta da REM em razão de sua bancada na Assembleia.

A situação contrasta com a dos dois mais tradicionais partidos da França. Republicanos e Partido Socialista (PS), atingidos pela vontade de renovação, sofrerão um choque financeiro. O partido Republicanos terá a verba do fundo partidário cortada de € 18,6 milhões para € 13 milhões, enquanto o PS sofrerá uma amputação maior: de € 25 milhões para € 7 milhões. Já a Frente Nacional, que de hábito recorre a empréstimos bancários, terá praticamente a mesma verba: € 4,5 milhões, contra € 5 milhões antes das eleições. 

A crise financeira é uma parte do problema. Além de cogitar vender sua sede histórica no distrito mais caro de Paris, o PS está sem presidente, não tem mais programa político e deve mudar de nome. O Republicanos também cogita vender sua sede e está sem liderança, em um processo semelhante ao de seu rival. 

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