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Legislador israelense ultraortodoxo deixa cargo por ter ido a casamento gay

Enquanto o Estado judeu é considerado pioneiro na promoção e no respeito aos direitos dos gays, a homossexualidade continua sendo um tabu entre os partidos religiosos e ultraortodoxos

Atualização:

JERUSALÉM - Um legislador ultraortodoxo israelense renunciou ao cargo nesta quarta-feira, 13, após pressões de seus colegas religiosos e de rabinos por ter comparecido ao casamento de um parente gay, informou sua filha.

Yigal Guetta, membro do partido ultraconservador e religioso Shas, disse recentemente em uma entrevista a uma rádio que há dois anos compareceu ao casamento de um sobrinho gay, o que provocou uma forte reação de rabinos, segundo meios de comunicação locais.

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Nesta quarta-feira de manhã, Guetta apresentou sua renúncia ao presidente do partido, o atual ministro do Interior, Aryeh Deri. 

Sua filha, Simcha, afirmou que está orgulhosa do pai por sua lealdade familiar. "É o sobrinho dele!", disse à rádio pública israelense. 

Yitzhak Vaknin, membro do Shas, disse que Guetta violou as leis religiosas ao participar de uma cerimônia que é proibida, a do casamento homossexual. 

"Não existe nenhuma situação em que seja permitido participar de um evento como esse", disse à rádio do Exército. "É totalmente proibido". 

Na entrevista, realizada no dia 29 que provocou críticas, Guetta disse que, embora quisesse estar ao lado do seu sobrinho, deixou claro para seus filhos que o estilo de vida dele era um tabu. 

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"Nós fomos juntos para o casamento, eu, minha mulher e meus filhos", disse ele. "Eu disse a eles: 'o comparecimento é obrigatório'". 

"Ao mesmo tempo, eu disse aos meus filhos (...), estejam cientes de que a Torá diz que isso é proibido", acrescentou.

Enquanto o Estado judeu é considerado pioneiro na promoção e no respeito aos direitos dos gays, a homossexualidade continua sendo um tabu entre os partidos religiosos e ultraortodoxos, que exercem um poder político significativo. / AFP

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