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Legistas confirmam que Allende se matou em 1973

Autópsia derruba teorias de que ex-presidente chileno morreu pela mão dos militares de Pinochet

Atualização:

SANTIAGO - Foi confirmado nesta terça-feira, 19, o suicídio do ex-presidente chileno Salvador Allende durante o golpe militar de 1973, informa o laudo da equipe médica internacional responsável pela perícia. A confirmação coloca um ponto final nas especulações sobre o ex-líder.

 

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A conclusão dos peritos foi unânime. "Estamos em condições de poder assegurar que se trata de uma morte violenta, um suicídio, e que não temos nenhuma dúvida disso", disse o espanhol Francisco Etxeberra, depois de entregar o resultado das análises à justiça do Chile, à senadora Isabel Allende - filha do ex-presidente - e aos representantes da família.

 

Havia três teorias sobre a morte de Allende - a de que ele realmente se suicidou, a de que ele foi morto em combate no palácio presidencial e a de que ele tentou se matar e, ao falhar, foi morto por um de seus colaboradores. De acordo com os médicos, o ex-presidente disparou contra si mesmo usando o fuzil AK-47 que lhe foi dado pelo líder cubano Fidel Castro.

 

Allende morreu em 11 de setembro de 1973, durante o ataque das tropas de Augusto Pinochet contra a sede presidencial. Segundo Patricio Guijón, médico que acompanhou o ex-presidente até seus últimos dias e advogava pela versão do suicídio, no dia da sublevação, o líder chileno pediu que seus homens mais leais se rendessem e retornou ao Salão da Independência, onde se matou.

 

Esta foi a segunda autópsia à qual foi submetido o corpo de Allende. A primeira, realizada pelos militares, não ocorreu no Serviço Médico Legal (SML), como manda a lei, e sim em um centro das Forças Armadas, durante a madrugada e mediante um pequeno grupo de pessoas autorizadas por um militar.

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