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Lenín Moreno decreta toque de recolher e 'militarização' em Quito

Presidente do Equador está amparado pelo decreto do estado de exceção; medida foi tomada após prédio da Controladoria Geral ter sido invadido e incendiado por manifestantes encapuzados

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Por Redação
Atualização:

QUITO - O presidente do Equador, Lenín Moreno, ordenou neste sábado, 12, o “toque de recolher e a militarização” da capital Quito e seus arredores em meio a violência nas manifestações iniciadas há 11 dias contra um acordo de empréstimo firmado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) que levou ao aumento dos preços dos combustíveis.

O anúncio foi feito pela conta do Twitter do presidente. A medida começou a ser válida às 15h horário local (17h de Brasília). “Isso facilitará a atuação da força pública frente aos intoleráveis excessos de violência”, escreveu.

A medida é um endurecimento do decreto de estado de exceção imposto no dia 3 de outubro, com prazo inicial de 60 dias, que mobilizou as Forças Armadas equatorianas para atuarem na repressão dos protestos, em conjunto com a polícia.

Centenas de pessoas participam de protestos em Quito, que levaram ao toque de recolher decretado pelo presidente Lenín Moreno Foto: José Jácome/EFE

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Amparado pelo decreto, Moreno também já havia decretado o toque de recolher noturno nas imediações dos prédios públicos em Quito logo após os manifestantes, em grande maioria indígenas, terem invadido pela primeira vez a Assembleia Nacional, no dia 8.

Neste sábado, o edifício da Controladoria Geral do Estado foi invadido, incendiado e vandalizado por manifestantes encapuzados.

Antes do incêndio começar, a ministra de Governo do Equador, María Paula Romo, afirmou que a Polícia Nacional havia prendido mais de 30 pessoas que invadiram o prédio. Os agentes revistavam o restante do local para buscar outros suspeitos.

Prédio da Controladoria Geral do Estado em Quito, Equador, em chamas e vandalizado após a invasão de manifestantes encapuzados Foto: Rodrigo Buendia/AFP

Não muito longe, em volta da Assembleia Nacional, manifestantes indígenas levantaram barricadas com troncos e escudos de madeira para enfrentar os policiais que lançavam bombas de gás lacrimogêneo.

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Depois da manhã violenta, a Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), que lidera a mobilização dos indígenas, decidiu aceitar proposta de "diálogo direto" feita por Moreno ainda na sexta. Em sua conta no Twitter, a organização afirmou que tentará negociar uma revisão ou a revogação do decreto que pôs fim ao subsídio estatal sobre os combustíveis, medida que provocou a onda de protestos contra o governo.

A Controladoria-Geral do Estado do Equador já tinha sido alvo de uma tentativa de invasão na madrugada da última terça-feira. Segundo o diretor interino do órgão, Pablo Celi, os manifestantes cometeram atos de vandalismo para tentar roubar documentos.

Após o ataque, o Ministério Público e o Conselho de Magistratura do Equador anunciaram que suspenderiam suas atividades. A segurança dos edifícios foi reforçada, em especial depois do toque de recolher parcial decretado por Moreno. / AFP e EFE

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