Líbano cobra explicações de embaixadora dos EUA

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Por AE
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O ministro interino de Relações Exteriores do Líbano convocou hoje para uma reunião a embaixadora dos Estados Unidos no país, Maura Connelly, por sua suposta interferência na crise política libanesa. A embaixadora reuniu-se, ontem, com o parlamentar cristão Nicolas Fattoush. "O ministro Ali al-Shami considera este tipo de comunicação uma interferência nos assuntos internos do Líbano", disse o ministério em comunicado. O encontro de Connelly com Fattoush ocorreu após a queda do governo de Saad Hariri, provocada pela saída de 11 ministros ligados ao Hezbollah. Fattoush já foi aliado do governo pró-Ocidente de Hariri, mas rompeu com o bloco. Um funcionário da embaixada norte-americana confirmou o encontro entre ele e Connelly, mas afirmou que Washington não quer interferir na política libanesa. "A embaixadora reuniu-se hoje com o ministro interino de Relações Exteriores. Ela explicou a ele que os EUA têm contato regular com personalidades de todo o espectro político libanês e que isso é parte de sua missão diplomática", afirmou o porta-voz."Os EUA não interferem em assuntos políticos internos do Líbano. O formato e a composição do governo são, obviamente, um assunto libanês", disse o funcionário da embaixada, afirmando que seu país espera que todos os partidos do país cooperem na formação de um novo governo. As negociações de grupos parlamentares para a escolha de um novo primeiro-ministro estavam marcadas para hoje, mas foram adiadas para a semana que vem, em meio a esforços locais e regionais para acalmar a crise política.O Hezbollah e seus aliados, que recebem apoio do Irã, deixaram o gabinete de governo na última quarta-feira por causa do Tribunal Especial para o Líbano, coordenado pela Organização das Nações Unidas. O tribunal investiga o assassinato de Rafiq Hariri, pai de Saad, morto em 2005.O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, espera que altos integrantes do grupo sejam indiciados pelo tribunal que, segundo ele, está sob controle dos EUA e de Israel. Funcionários libaneses disseram que o promotor do tribunal, Daniel Bellemare, vai submeter os indiciamentos a um juiz hoje. As informações são da Dow Jones.

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