O Líbano começou nesta segunda-feira, 5, a limitar o fluxo de sírios que entram no país, colocando em prática restrições sem precedentes ao ingresso dessas pessoas, na medida em que o país luta para lidar com o grande número de sírios que pedem asilo por causa da guerra civil. A guerra civil na Síria provocou o deslocamento de quase metade de sua população. Mais de três milhões de pessoas fugiram para países vizinhos, principalmente para o Líbano, Turquia, Jordânia e Iraque. O Líbano é particularmente vulnerável. Para um pequeno país de 4,5 milhões de habitantes, o fluxo de refugiados sírios representa uma enorme pressão sobre sua economia, seus recursos naturais, infraestrutura e ao delicado equilíbrio sectário libanês. Autoridades libanesas dizem que simplesmente não podem receber mais refugiados. Elas estimam de existam mais de 1,5 milhão de sírios no Líbano, cerca de um quarto de população libanesa. Desses, cerca de 1,1 milhão está registrado na agência de refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU), a Acnur. "Não temos mais capacidade para receber mais desalojados", declarou o ministro do Interior Nohad Machnouk em coletiva de imprensa transmitida pela televisão local. As mudanças, que passaram a valer nesta segunda-feira, estabelecem novas categorias para a concessão de vistos de entrada para turistas, empresários, estudantes e pessoas que buscam tratamento médico provenientes da Síria, além de limitar o período de tempo que elas podem permanecer em território libanês. As novas restrições foram anunciadas na semana passada pelo site da Direção Nacional de Segurança.