O ministro do Transporte libanês, Mohamad Safadi, pediu nesta segunda-feira às companhias aéreas que tomem a atitude da Catar Airways como exemplo e se dirijam ao aeroporto de Beirute sem pedir autorização prévia a Israel, que impõe um bloqueio aéreo ao país. "Peço às companhias aéreas libanesas, árabes e estrangeiras que retomem sua conexão com o aeroporto internacional Rafik Hariri em conformidade com as leis libanesas e internacionais em vigor para quebrar o bloqueio aéreo imposto por Israel", afirmou Safadi à imprensa pouco após a chegada do avião do Catar. A aeronave, que chegou com 120 passageiros e retornou uma hora depois com 140 pessoas a bordo, foi o primeiro avião civil a quebrar o bloqueio imposto por Israel após sua ofensiva militar contra o país, que terminou em 14 de agosto após a aprovação da resolução 1.701 do Conselho de Segurança da ONU. Um porta-voz militar israelense disse que a Catar Airways "coordenou seu vôo com Israel, e por isso, na realidade, não foi uma violação do bloqueio". Safadi disse que as companhias aéreas "só têm que enviar uma carta à direção da Aviação Civil no Líbano na qual se comprometem a retomar seus vôos a Beirute". "Para isso, precisam da autorização das autoridades libanesas, só delas", afirmou. Até agora, somente a companhia aérea libanesa Middle East Airlines e a Royal Jordanian faziam seus vôos com destino a Beirute, mas com escala em Amã. O bloqueio aéreo e dos portos libaneses, justificado por Israel com o argumento de que servem para abastecer o Hezbollah com armas, é um dos principais empecilhos da atual trégua, já que Israel se nega a suspendê-lo, apesar dos pedidos feitos inclusive pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan.