Líbano vive dia de luto após atentado que deixou 43 mortos e 239 feridos

Ação foi qualificada pela ONU como ‘desprezível’; Estado Islâmico reivindicou a autoria dos ataques

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BEIRUTE - O Líbano vive um dia nacional de luto nesta sexta-feira, 13, após dois homens-bomba matarem 43 pessoas e deixarem 239 feridos em Beirute na quinta-feira, em uma ação qualificada pela Organização das Nações Unidas como "desprezível".

Bandeiras estavam a meio mastro nas administrações e edifícios públicos. Escolas, universidades e institutos técnicos ficaram fechados após uma decisão tomada pelo ministro da Educação, Elias Saab.

Parente de uma das vítimas mortas no ataque de dois homens-bomba no Líbano lamenta perda Foto:

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Uma rede de televisão local dedicou os noticiários matinais aos ataques, realizados em uma movimentada área comercial e residencial que é reduto do movimento xiita libanês Hezbollah e foram reivindicados pelo Estado Islâmico (EI).

"Inaceitável", escreveu o jornal L'Orient Le Jour na manchete da edição. Outro jornal, Al-Diyyar, mostrou imagens fortes dos corpos dos homens-bomba, incluindo uma cabeça ensanguentada sem corpo.

Os responsáveis libaneses e a imprensa do país condenaram de maneira unânime o atentado. Além disso, os Estados Unidos e Arábia Saudita, majoritariamente sunita, também denunciaram o ataque.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, condenou os ataques, pedindo que os serviços de segurança e instituições estatais do Líbano "não permitam que esse ato desprezível destrua a calma relativa que prevaleceu no país durante o ano passado". A ONG Human Rights Watch qualificou o ato terrorista de "cruel e desprezível" e disse que é o primeiro ataque na capital libanesa desde que um suicida atacou um hotel em junho de 2014.

Em entrevista à agência oficial saudita de notícias SPA, o embaixador de Riad em Beirute, Ali Asiri, disse que seu país "condena com força" o atentado, e transferiu "suas condolências aos parentes dos mortos, assim como ao governo e ao povo do irmão Líbano".

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O grupo Al-Akhbar, pró-Hezbollah, informou que "não há espaço para recuar", após o grupo alertar sobre uma "longa guerra" contra os inimigos. .

Por sua vez, o porta-voz das Brigadas Abdullah Azam, grupo terrorista vinculado à Al-Qaeda, escreveu em sua conta no Twitter que "o subúrbio (sul do Líbano) está afogado em sangue, em seu ambiente, já que não param de enviar assassinos e criminosos à Síria".

As explosões foram os ataques mais recentes em mais de um ano a um reduto do Hezbollah no Líbano, à medida que grupos apoiados pelo Irã aumentam seu envolvimento na guerra na Síria. O EI, sunita, luta na Síria contra os milicianos do Hezbollah, xiita, que são aliados do regime do presidente sírio, Bashar Assad, no conflito civil que acontece no país desde 2011. /REUTERS e EFE

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