20 de agosto de 2010 | 04h56
HAVANA - O dissidente cubano Juan Adolfo Fernández Saínz foi libertado na quinta-feira, 19, e chegará nesta sexta à Espanha. Ele é o sexto preso político libertado pelo regime de Raúl Castro nesta semana. Sua viagem ao país europeu marca a libertação da metade dos prisioneiros prometida por Cuba em julho.
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Segundo fontes da dissidência, o jornalista independente, de 61 anos, foi levado desde a prisão até o aeroporto internacional da capital cubana, onde se encontrou com sua esposa, Julia Núñez, e um irmão dela, que o acompanham na viagem.
Já são 26 os prisioneiros políticos cubanos que viajaram à Espanha imediatamente após sua libertação, como resultado do diálogo aberto em maio entre o governo do general Raúl Castro e a alta hierarquia da Igreja Católica em Cuba, com apoio da Espanha.
Este processo de libertações, que teve uma primeira etapa entre 12 e 22 de julho quando foram libertados 20 opositores, foi retomado esta semana com o novo grupo de seis.
Além de Fernández Saínz, nos últimos dias foram libertados Fabio Prieto Llorente, Juan Carlos Herrera Acosta, Efrén Fernández Fernández, Regis Iglesias Ramírez e Marcelo Calo Rodríguez, que viajaram à Espanha com familiares entre segunda e quarta-feira.
O governo de Cuba anunciou no início de julho que libertaria 52 presos políticos em um prazo máximo de quatro meses como resultado do processo de diálogo aberto com a Igreja Católica cubana e apoiado pela Espanha.
Os dissidentes presos são os remanescentes dos 75 presos na onda repressiva da Primavera Negra de 2003. Eles cumpriam até 28 anos de prisão.
A Comissão Cubana de Direitos Humanos, um órgão independente, mas tolerado pelo regime, disse que após a libertação dos 52 dissidentes ainda restarão cerca de 100 presos políticos na ilha. A cifra, no entanto, é contestada por outros órgãos, como a Anistia Internacional, segundo a qual só restará em Cuba um "preso de consciência."
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