Líbia anuncia gabinete de transição e marca eleições para junho de 2012

CNT aprovou gabinete que vai liderar país até votação, quando serão eleitos 200 congressistas

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Atualização:

TRÍPOLI - O primeiro-ministro interino da Líbia, Abdurrahim el-Keib, anunciou nesta terça-feira, 22, a formação do governo de transição que vai liderar o país do norte da África até a realização de eleições parlamentares em 2012, que devem ocorrer em junho. O gabinete foi aprovado pelo Conselho Nacional de Transição, órgão governamental instituído pelos rebeldes que derrubaram o regime do ditador Muamar Kadafi.

 

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El-Keib anunciou seu gabinete durante uma coletiva de imprensa, um mês depois de os revolucionários declararem a Líbia completamente libertada do regime de Kadafi, que já durava mais de 30 anos. A nomeação dos ministros abre caminho para o próximo passo da reconstrução do país - a eleição de um Congresso formado por 200 deputados.

 

Depois da queda do regime de Kadafi, os novos líderes líbios têm tentado solidificar seu controle sobre a nação, dividida após oito meses de guerra civil. O maior desafio é formar instituições inexistentes ou enfraquecidas sob a gestão do ditador.

 

Para formar o novo gabinete, o CNT teve a delicada tarefa de conciliar interesses regionais e ideológicos diversos, numa rivalidade que ameaça a frágil estabilidade da Líbia, três meses depois da deposição de Kadafi, que havia passado 42 anos no poder. "Toda a Líbia está representada", disse el-Keib numa entrevista coletiva. "É difícil dizer que uma determinada área não está representada."

 

Nomes

 

O novo ministro da Defesa será Osama al-Juwali, comandante do conselho militar na cidade de Zintan. Ele não era visto como um dos favoritos ao cargo, mas parece ter se credenciado depois de as forças sob seu comando capturarem Saif al-Islam, filho de Kadafi procurado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).

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O chanceler será Ashour Bin Hayal, um obscuro diplomata oriundo de Derna (leste). O favorito para o cargo era Ibrahim Dabbashi, embaixador-adjunto da Líbia na Organização das Nações Unidas (ONU), que rompeu com o regime de Kadafi logo após o início da rebelião contra ele. Mas um diplomata disse, sob anonimato, que a exclusão de Dabbashi provavelmente foi motivada pela necessidade de agradar aos representantes de Derna, que havia sido uma importante base na rebelião contra o regime.

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