Líbia anuncia ofensiva contra milícias

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Por TRÍPOLI
Atualização:

O Exército da Líbia ordenou ontem que os grupos armados não oficiais presentes em Trípoli deixem as instalações militares e estatais que ocupavam na capital do país e em seu entorno, sob a pena de serem forçados a sair caso se recusem a cumprir a determinação - ocorrida após a retirada de milícias de Benghazi e Derna. O presidente do país, Mohamed al-Megaref, afirmou que os movimentos têm duas opções: desmantelar-se ou aceitar a autoridade do governo.Os dois principais movimentos islamistas armados que atuam na Líbia anunciaram no sábado sua retirada de Derna, cidade do leste líbio conhecida por abrigar radicais muçulmanos, após um deles, o Ansar al-Sharia, ter sido expulso da segunda maior cidade do país, Benghazi.As várias milícias que ainda controlam as ruas do país mais de um ano após a derrubada do ditador Muamar Kadafi são o mais evidente desafio para o governo central, que tem sido forçado a cooptar muitos de seus membros para garantir a segurança. O governo provisório e o atual, porém, se valeram de sua atuação justamente para manter a ordem desde a queda do autocrata.A morte dos quatro funcionários da diplomacia dos EUA - entre eles o embaixador do país na Líbia, Christopher Stevens - durante um ataque ao consulado americano em Benghazi, no dia 11, porém, parece ter dado à nascente democracia líbia uma pista de como obter apoio popular e valer-se do descontentamento da população com as milícias líbias. O Ministério da Defesa do país exige que os grupos entreguem suas armas.Alguns funcionários do governo americano acusaram o Ansar al-Sharia - que se opõe à democracia - pelo ataque à representação em Benghazi, o que o movimento islamista nega. O governo líbio afirmou que formou uma comissão composta por membros da polícia militarizada para assumir o comando dos locais ocupados pelas milícias e apreender suas armas. / REUTERS e AP

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