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Líbia identifica líder de ataque a consulado

Por TRÍPOLI
Atualização:

Autoridades líbias identificaram ontem o militante islâmico Ahmed Abu Khattala como o responsável pelo ataque ao Consulado dos EUA em Benghazi, que matou o embaixador americano Christopher Stevens e outros três diplomatas em 11 de setembro. Khatalla é o líder do grupo radical islâmico Ansar al-Sharia, que pretende instalar a lei islâmica na Líbia. Testemunhas do ataque na segunda maior cidade da Líbia disseram ao governo ter visto o militante nos arredores da representação diplomática. A identidade e o motivo dos ataques tornaram-se temas da campanha eleitoral americana. Republicanos acusam o presidente Barack Obama de ter falhado em oferecer segurança ao corpo diplomático na Líbia e questionam o sucesso do governo democrata contra o terrorismo. O Ansar al-Sharia partilha de estratégias e da ideologia da rede fundada por Osama bin Laden, mas opera exclusivamente na Líbia. Assim como outros suspeitos do ataque, Abu Khattala ainda está foragido. Em reconstrução desde a morte do líder Muamar Kadafi, há um ano, o governo central líbio ainda não tem uma força policial efetiva e é refém de milícias que derrubaram o antigo regime para manter a ordem pública. Em Benghazi, esses grupos têm se mostrado hesitantes em perseguir radicais islâmicos. Questionada sobre o papel do militante líbio no ataque ao consulado, uma fonte do governo americano que investiga o caso afirmou que Abu Khattala estava sendo monitorado, mas tem dúvidas de que ele lidere o grupo. "O Ansar al-Sharia é um grupo bastante dividido", disse. "Não há necessariamente apenas um comandante militar."No debate de ontem com o candidato republicano Mitt Romney, Obama disse que não usaria o ataque de Benghazi como ferramenta eleitoral e assumiu a responsabilidade pela morte dos diplomatas. A mediadora do encontro, Candy Crowley, da rede de TV CNN, desmentiu Romney quando ele disse que o rival não se referira ao episódio como um ataque terrorista. Obama usou o termo "terrorismo" para designar o atentado, no dia seguinte ao ataque, em discurso na Casa Branca e em 13 de setembro, durante campanha no Estado do Colorado. / NYT

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