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Líbia nega ter assumido responsabilidade pelo atentado de Lockerbie

Por Agencia Estado
Atualização:

A decisão da Líbia de pagar indenização pelo atentado contra o vôo da Pan Am sobre Lockerbie, Escócia, não significa que o país assumiu a culpa pela explosão, afirmou numa entrevista divulgada hoje (24) o primeiro-ministro líbio. Em agosto, a Líbia aceitou formalmente responsabilidade pelo atentado de 1988 contra o avião da Pan Am que matou 270 pessoas, concordando em pagar uma indenzação de US$ 2.7 bilhões aos parentes das vítimas. Numa carta às Nações Unidas, a Líbia afirmou que "aceita responsabilidade pelas ações de seus oficiais", um dos quais foi condenado pela explosão. O primeiro-ministro Shokri Ghanem disse à rádio BBC que a Líbia concordou com o pagamento a fim de melhorar suas relações com países ocidentais e garantir a suspensão das sanções da ONU contra o país do Norte da África. "Depois das sanções e dos problemas que tivemos devido às sanções, a perda de dinheiro, pensamos que seria mais fácil para nós comprar a paz e é por isso que aceitamos uma compensação", afirmou Ghanem, na entrevista gravada na Líbia. Perguntado se o pagamento de indenização não significava uma admissão de culpa, Ghanem replicou: "Concordo, e é por isso que digo que compramos a paz". James Swire, cuja filha Flora morreu na explosão do Vôo 103 da Pan Am, disse que os comentários de Ghanem está "fora do roteiro com tudo que a Líbia vinha dizendo". "O fato é que um agente da inteligência líbia foi condenado por uma corte escocesa na Holanda", acrescentou. Já o professor Paul Wilkinson, do departamento de relações internacionais da Universidade St. Andrews, Escócia, não ficou surpreso com as declarações de Ghanem. "Se você ler nas entrelinhas dos comentários feitos pelas autoridades líbias e pelo (líder líbio Muammar) Khadafi, eles evitaram cuidadosamente fazer qualquer pedido de desculpas", lembrou.

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