Líder civil de Mianmar detida por militares recebe cinco novas acusações de corrupção

Já condenada a 6 anos de detenção pela junta militar, Aung San Suu Kyi foi acusada de corrupção pela suposta compra de helicópteros

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Por Redação
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RANGUM - Já condenada a 6 anos de detenção pela junta militar de Mianmar, a líder civil do país Aung San Suu Kyi voltou a ser acusada de corrupção, desta vez, pela suposta compra de helicópteros, disseram fontes próximas ao caso. 

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A ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 1991 foi indiciada na sexta-feira, 14, com cinco novas acusações de corrupção contra ela, segundo as fontes. 

A imprensa controlada pelo regime militar informou que Suu Kyi é acusada de ter causado prejuízo financeiro ao Estado birmanês ao infringir os regulamentos sobre aluguel e compra de helicópteros. O ex-presidente da república Win Myint foi indiciado pelas mesmas acusações, acrescentaram as fontes.

Manifestantes seguram máscaras com o rosto da líder Aung San Suu Kyi em protesto contra o golpe militar em Mianmar. Foto: Reuters - 28/2/2021

Aung San Suu Kyi está detida em um local secreto na capital, Naipidau, desde o golpe de Estado de fevereiro de 2021, que pôs fim a uma década de transição democrática no país.

Desde então, a ex-chefe do governo civil, de 76 anos, é alvo de inúmeros processos judiciais pelas mais diversas acusações. Entre elas, violação de uma lei sobre segredos de Estado que remontam à época colonial, fraude eleitoral, sedição e incitação à desordem pública.

Seus apoiadores e grupos de direitos humanos dizem que os casos contra ela foram inventados pelos militares para justificar sua prisão e impedi-la de retornar à política. O governo rejeitou as críticas.

"Ninguém está acima da lei. Eu só quero dizer que ela será julgada de acordo com a lei", disse o porta-voz do governo, major-general Zaw Min Tun, quando questionado sobre o assunto em uma entrevista coletiva na sexta-feira.

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Nas últimas semanas, ela já foi condenada a 6 anos de detenção. E, se for considerada culpada em todas as acusações, pode enfrentar décadas de prisão. 

A tomada do poder pelos militares impediu que Suu Kyi e seu partido Liga Nacional para a Democracia iniciassem um segundo mandato de cinco anos no poder. O Exército disse que agiu por causa de fraude generalizada nas eleições gerais de novembro de 2020, mas há poucas provas disso segundo grupos independentes de observação de pesquisas.

A tomada do poder foi recebida com protestos populares generalizados, e Mianmar tem hoje uma resistência armada ao governo do Exército./AFP e AP

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