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Líder da Abkházia sofre pressão para renunciar em protesto anticorrupção

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Por STEVE GUTTERMAN
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O Parlamento da Abkházia, região separatista da Geórgia apoiada pela Rússia, pediu ao presidente, Alexander Ankvab, que renuncie nesta quinta-feira, depois de três dias de tumultos durante os quais adversários invadiram seu gabinete na esteira de uma manifestação contra a corrupção e a má administração. Os legisladores adotaram uma declaração exortando Ankvab a renunciar e emitiram um voto de desconfiança contra o primeiro-ministro da província do Mar Negro, que a Rússia reconheceu como nação independente após a guerra de Moscou com a Geórgia em 2008. Não houve resposta imediata de Ankvab após o voto, apoiado por 20 dos 21 parlamentares presentes, de um total de 35, em sessão transmitida em parte pela TV russa, relataram agências de notícias russas. "Se Alexander Ankvab renunciar voluntariamente, estamos dispostos a discutir todas as questões ligadas à sua segurança e garantias para o futuro”, teria dito o líder oposicionista e ex-premiê Sergei Shamba, segundo a agência Interfax. “Não haverá caça às bruxas. O importante hoje é acabar com a divisão na sociedade da Abkházia e unir o povo”. Ankvab deixou o complexo presidencial depois que manifestantes que exigem reformas e o fim da corrupção quebraram janelas e portas e entraram no local na terça-feira, enquanto ele conduzia conversas inconclusivas com líderes da oposição. Na quarta-feira, ele declarou em um comunicado que ainda está no país e que buscava maneiras de solucionar a crise. A votação ocorreu depois que Vladislav Surkov, um assessor próximo do presidente russo Vladimir Putin, viajou à Abkházia ao lado de um ex-ministro do Interior russo e conversou com Ankvab e líderes oposicionistas, de acordo com a mídia russa. Surkov disse que o propósito da visita era "discutir a implementação do plano de desenvolvimento sócioeconômico para a Abkházia nas condições de alta tensão política”, relatou a Interfax. “Este plano é inteiramente financiado pela Rússia”. Um derramamento de sangue ou uma agitação prolongada na Abkházia poderia ser embaraçoso para a Rússia, que reconheceu a região e outra província separatista da Geórgia, a Ossétia do Sul, como Estados independentes depois de lutar uma guerra de cinco dias contra a Geórgia em 2008. A Abkházia rompeu com governo georgiano durante uma guerra de 1992 a 1993, após o colapso da União Soviética. A Rússia aumentou o seu controle sobre a Abkházia depois da sua própria guerra de cinco dias com a Geórgia, e forças russas ajudam a proteger a fronteira de facto com o território governado pelas autoridades georgianas. A dependência da Abkházia da Rússia é uma fonte de tensão política. “O país não pode continuar assim, contando só com os subsídios da Rússia”, teria dito uma declaração adotada por manifestantes de oposição no lado de for a o prédio presidencial, segundo a Interfax.

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