Líder da Nação do Islã pede união entre as religiões

O polêmico líder Louis Farrakhan, de 73 anos, disse em seu discurso de despedida que a guerra é provocada pela desunião entre os fiéis dos diversos credos

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Por Agencia Estado
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O líder do controverso movimento negro americano Nação do Islã, Louis Farrakhan, pediu unidade religiosa em seu último grande discurso, dizendo que o mundo está em guerra porque cristãos, muçulmanos e pessoas de outras fés estão divididos. Farrakhan, de 73 anos, disse a milhares de ouvintes que se Jesus Cristo e Maomé estivessem ali no palanque com ele, trocariam um abraço amoroso. "Nossos lábios estão cheios de louvor, mas nossos corações estão muito distantes dos profetas que alegamos seguir", disse ele. "É por isso que o mundo está deste jeito". O inflamado orador falou pela primeira vez desde que abriu mão do comando do movimento, no ano passado, por causa de uma doença. O discurso, na casa do time de futebol americano Detroit Lions, marca o ponto culminante da convenção de três dias da Nação, na cidade onde o grupo foi fundado, em 1930. "Chegou a minha hora", disse Farrakhan, descrevendo sua partida do comando do movimento. "A Chamada Final não pode durar para sempre". Farrakhan disse que parte num tempo de conflito, e que acredita que Deus está bravo com líderes que põem a política e a ganância à frente do serviço ao próximo. A Nação do Islã foi fundada por Wallace D. Fard, que atraiu cidadãos negros de Detroit com uma mensagem de auto-aperfeiçoamento e segregação dos brancos, que ele considerava maus por natureza, por conta da escravidão. O movimento foi recriado por Farrakhan nos anos 70, depois que W.D. Mohammed, filho do líder Elijah Mohammed, levou seus seguidores para formas mais tradicionais do islamismo.

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