Líder de milícia congolês é condenado pelo TPI por ataque brutal a aldeia

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Por THOMAS ESCRITT
Atualização:

O chefe de milícias congolês Germain Katanga recebeu uma sentença de 12 anos de prisão nesta sexta-feira pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por sua participação em um massacre por motivos étnicos há mais de uma década. O ataque aconteceu quando os habitantes de etnia hema na aldeia de Bogoro no nordeste do Congo ainda estavam dormindo. Cerca de 200 pessoas foram mortas depois que os combatentes Ngiti, de Katanga, cercaram a vila de todos os lados, deixando as vítimas sem escapatória. "Os agressores os cortaram com facões e facas enquanto eles tentavam fugir", disse o juiz Bruno Cotte. Katanga, que tinha apenas 24 anos na época do ataque, foi condenado em março de ser um cúmplice de crimes de guerra, incluindo assassinato e pilhagem. O ataque em fevereiro de 2003 fez parte de uma série de conflitos no início dos anos 2000 na província de Ituri, rica em minerais, quando grupos armados - alguns deles com relações com países vizinhos - disputavam o controle de recursos naturais valiosos. A condenação de Katanga é apenas a segunda do TPI em 11 anos desde que foi criado com a missão para trazer os autores dos piores crimes internacionais à Justiça. Todos os três de seus casos concluídos, incluindo uma absolvição, estão relacionados aos conflitos de Ituri, levando analistas a questionar se o tribunal realmente funciona como um órgão de dissuasão. Mesmo que a guerra em Ituri tenha terminado oficialmente em 2003, a violência continua a deslocar dezenas de milhares de pessoas por todo o Congo, sem que os líderes das milícias se sintam intimidados pelas ameaças de processo por parte as autoridades, sejam locais ou internacionais. Conflitos ainda são intensos no nordeste e em outras partes do país.

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