MOSSUL, IRAQUE - O líder máximo do grupo terrorista Estado Islâmico (EI), Abu Bakr al-Baghdadi, "se despediu" de seus seguidores em discurso escrito distribuído na cidade iraquiana de Mossul, no qual admitiu a derrota de suas forças frente às tropas governamentais, informaram nesta quarta-feira, 1º, fontes militares.
A publicação foi distribuída entre colaboradores próximos a Baghdadi e entre os ímãs das mesquitas dos bairros do oeste de Mossul que ainda estão em mãos dos jihadistas, explicou o chefe do Conselho de Segurança da província de Nínive - da qual Mossul é capital -, Mohammed Ibrahim al-Bayati.
No texto, Baghdadi admitiu a derrota do EI na província e nos demais "Estados de seu califado", segundo Bayati. O líder jihadista instruiu os membros do grupo a fugir às zonas montanhosas no Iraque e Síria, embora tenha ordenado que ataquem caso estejam cercados pelas forças iraquianas.
As tropas iraquianas têm informações de que alguns integrantes do chamado "Conselho consultivo" do EI escaparam de Mossul e da comarca de Tal-Afar, ao oeste de Mossul, rumo ao território sírio, onde ainda mantêm o controle de Raqqa, considerada a capital do autoproclamado "califado".
Bayati manifestou que os líderes destacados do EI "se movimentam sem rumo claro" nas fronteiras entre Iraque e Síria, entre elas nas zonas de Al-Beach e Al-Qaim "temerosos pelo que ocorreu com seus companheiros que permaneceram nas frentes de combate".
Enquanto isso, outros tiraram a barba e ficaram como células dormentes na cidade de Mossul, à espera de receber instruções dos líderes do grupo radical.
Cerco. Unidades do Exército do Iraque apoiadas pelos Estados Unidos tomaram controle da última grande rodovia de saída no leste de Mossul que estava sob comando do EI, disseram um general e moradores da região, sufocando militantes do grupo jihadista em uma área cada vez menor dentro da cidade.
Uma divisão do Exército estava a menos de um quilômetro do "Portão Síria" de Mossul, a entrada no noroeste da cidade, disse um general da unidade à Reuters por telefone. "Nós efetivamente controlamos a rodovia, está em nossa vista", disse. Moradores da cidade disseram que não podiam viajar pela rodovia que começa no "Portão Síria" desde terça-feira.
A rodovia liga Mossul a Tal-Afar, outro reduto do Estado Islâmico, 60 quilômetros a oeste, e então para a fronteira com a Síria.
Forças iraquianas capturaram o lado leste de Mossul em janeiro após 100 dias de confrontos e realizaram ataque contra distritos que ficam a oeste do rio Tigre em 19 de fevereiro. O comandante das forças dos EUA no Iraque disse acreditar que combatentes apoiados pelo país retomarão Mossul e Raqqa, reduto do Estado Islâmico na Síria, dentro de seis meses. / EFE e REUTERS